tag:blogger.com,1999:blog-32233808013395328002024-03-16T15:06:06.552-03:00Pô, é Zia!Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.comBlogger1467125tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-91750292491833477782024-03-16T13:31:00.001-03:002024-03-16T15:05:32.998-03:00O desejo de algo<p> </p><p>Os piores tempos </p><p>Já passaram da berlinda</p><p>Foram os melhores momentos </p><p>Das nossas vidas</p><p><br /></p><p>Cada ano dura menos</p><p>Do que doze meses</p><p>Uma dose de pensamento </p><p>Dobra num dia desses</p><p><br /></p><p>Parece trágico </p><p>Não querer nada </p><p>E o desejo de algo</p><p>É o eixo da estrada </p><p><br /></p><p>Eu não sei quantas vezes </p><p>Fui sem ter vivido</p><p>Eu não sei quantos deuses</p><p>Ficam me ouvindo </p><p><br /></p><p>Os piores tempos </p><p>Não serão os dias futuros </p><p>Foram senhores ensinamentos </p><p>Pontes no lugar de muros</p><p><br /></p><p>Vivo como posso, </p><p>Agora nunca é cedo</p><p>Porque tenho ideias</p><p>Do nada e maturadas</p><p><br /></p><p>Eu me julgo e me jogo</p><p>Jamais deixo que o receio</p><p>Do erro me impeça </p><p>Do projeto, da jangada</p><p><br /></p><p>Eu não sei quantas vezes </p><p>Serei fora de senso</p><p>Eu não sei quantos deuses</p><p>Ficarão me vendo.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-51287530485776715952024-03-10T19:21:00.000-03:002024-03-10T19:21:14.540-03:00Thiago Magalhães <p> </p><p>Thiago Magalhães </p><p>É meu amigo</p><p>Desde as manhãs </p><p>Adolescentes </p><p>Do milênio passado </p><p>Quando pegava carona</p><p>Apartamentos vizinhos</p><p>Fã de Madonna</p><p>Thiaguinho me apresentou </p><p>Nelson Rodrigues </p><p>A vida como ela é </p><p>Boca de ouro</p><p>O beijo no asfalto </p><p>Passávamos textos</p><p>Durante as aulas matinais </p><p>Escrevíamos peças </p><p>Teatrais</p><p>Vencedoras de festivais</p><p>A culpa é da sociedade </p><p>Ou os laços sanguíneos </p><p>Não são as fronteiras do amor</p><p>Editor e dublador </p><p>Meu amigo pequeno </p><p>Fica gigante no palco </p><p>É um ator nato</p><p>Flor do teatro </p><p>Meu amigo Thiago</p><p>Dos Santos Magalhães </p><p>Desde as manhãs </p><p>Adolescentes </p><p>Do milênio passado.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-29220469263275226162024-03-08T14:07:00.004-03:002024-03-08T14:07:34.536-03:00Oito de março <p> </p><p>Aqui, nesta terra,</p><p>Oito de março</p><p>Não é feriado </p><p>Nem dia de mera</p><p><br /></p><p>Homenagem à graça, </p><p>À maternidade e à beleza</p><p>Das mulheres, das musas</p><p>Inspiradoras da natureza </p><p><br /></p><p>É uma diária escaramuça</p><p>Eu mesmo me policio </p><p>Para erradicar o machismo</p><p>Arraigado pela cultura </p><p><br /></p><p>O oitavo dia de março </p><p>É uma data dedicada</p><p>À memória da luta, da batalha </p><p>Das heróicas mulheres</p><p><br /></p><p>Por melhores condições de trabalho</p><p>Pelo direito ao aborto </p><p>Em prol da igualdade do salário </p><p>Contra o assédio sexual e feminicídio </p><p><br /></p><p>Tais assuntos antigamente </p><p>Eram escondidos </p><p>Entre quatro paredes</p><p>Agora estão sendo discutidos</p><p><br /></p><p>O oito de março </p><p>É um dia para lembrarmos</p><p>Do combate permanente </p><p>Das guerreiras de quem somos originários. </p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-66096525117519681092024-03-07T13:01:00.000-03:002024-03-07T13:01:29.624-03:00Uma infração de segundos <p> </p><p>Não tenho disciplina por virtude<br />
E sim como reação em virtude <br />
Da minha negligência<br />
Contemplativa urgência<br />
<br />
Concilio para não sucumbir <br />
Às minhas cóleras reprimidas<br />
Já me feri nas férias daqui<br />
E noutras esferas e vidas<br />
<br />
Um singular minuto <br />
De reconciliação vale <br />
Mais do que anos de amizade<br />
Aquele momento único <br />
<br />
Feliz ônus novo<br />
A poesia é uma infração de segundos <br />
Vi no meio do povo<br />
Mas tampouco quis me ler<br />
<br />
Pareço gentil, quase bobo<br />
Para velar minha escassez, <br />
Banco o prudente quando não boto fé<br />
E penso na mais inclemente conjectura<br />
<br />
Minha compulsão, minha loucura <br />
Pela ortografia, tipo assim,<br />
Não é uma condecoração <br />
De uma mente harmônica<br />
<br />
Mas todo um combo <br />
De simulação concebido por mim<br />
Para perfumar o pandemônio <br />
Do meu ânimo, do meu coração<br />
<br />
Só sou pontual <br />
Para que não saia no jornal <br />
Que o tempo alheio<br />
Não me importa<br />
<br />
O amor não é um estado de espírito <br />
Mas um signo, um segredo<br />
Um significado, uma joia <br />
O amor é um estalo disso, dissolvido.<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_240307_125250_320.sdoc--></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-50582301584555829212024-03-04T11:07:00.000-03:002024-03-04T11:07:01.291-03:00Caso não saiba <p> </p><p>É impossível</p><p>Para uma pessoa</p><p>Aprender aquilo </p><p>Que ela pensa </p><p>Que já sabe</p><p>É um desperdício </p><p><br /></p><p>Quem mata o tempo</p><p>Desata a corda toda</p><p>Massacra a si mesmo</p><p>É uma pena</p><p>É um desastre</p><p>É um estrupício</p><p><br /></p><p>Caso não saiba</p><p>Eduque-se logo</p><p>A existência passa</p><p>Sem truque, é um relógio </p><p>Que não se repete</p><p>Café não é petróleo </p><p><br /></p><p>Tudo vira ilógico</p><p>Se você não se percebe</p><p>Entre remorsos e crises</p><p>A vida tem fases breves</p><p>Quase nada tem reprise</p><p>Abrace-se e abra os olhos.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-55072396798760268252024-03-02T12:28:00.004-03:002024-03-02T12:28:50.103-03:00O baile da alienação <p> </p><p>O ser humano sempre </p><p>Está com disposição </p><p>De negar o que não entende</p><p>A sociedade moderna esquece</p><p><br /></p><p>Que o mundo não pertence </p><p>A uma única geração</p><p>O meu desejo é que pudesse</p><p>Aniquilar todos os pensamentos</p><p><br /></p><p>Que são potentes venenos </p><p>Ao meu êxito, velho texto,</p><p>Mas obtenho um tipo de satisfação </p><p>Sendo indulgente com o que penso</p><p><br /></p><p>Eu não quero dançar </p><p>Antes nem depois da canção </p><p>Apenas danço enquanto durar</p><p>O baile da alienação </p><p><br /></p><p>Quem se conhece </p><p>Ingressa no universo </p><p>Dos deuses, uma espécie </p><p>Em extinção aos néscios</p><p><br /></p><p>Eu não danço na prévia </p><p>Nem no enterro dos ossos</p><p>Só danço durante a festa</p><p>Quando não sou feto nem fóssil.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-8482395804741296762024-02-28T11:48:00.006-03:002024-02-28T11:49:27.738-03:00O presente <p><br /></p><p>A arte do vaticínio</p><p>É muito difícil </p><p>Sobretudo </p><p>Sobre o futuro</p><p><br /></p><p>Jamais vou ser </p><p>Mais do que sou </p><p>Tampouco desejarei </p><p>Não aprendi a viver</p><p><br /></p><p>Todos os dias aprendo</p><p>Desconheço tudo, meu amor</p><p>Apenas sei ir vivendo</p><p>Se o que faço</p><p><br /></p><p>É engraçado </p><p>Não preciso </p><p>Ser engraçado </p><p>Para fazer isso</p><p><br /></p><p>Nenhum agrado</p><p>É um mal em si mesmo</p><p>Mas certas coisas capazes </p><p>De tecer enlevos</p><p><br /></p><p>Trazem consigo mais males </p><p>Do que prazeres</p><p>Embora tente o resgate </p><p>Daqueles tempos inocentes</p><p><br /></p><p>O passado está em fuga</p><p>Com os deleites</p><p>Em direção a uma rua</p><p>Inacessível e escura</p><p><br /></p><p>O que espero está ausente</p><p>Se não foi, não apareceu </p><p>Porém é meu o presente</p><p>O presente é meu.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-63768651392813505312024-02-26T16:53:00.001-03:002024-02-26T16:53:05.019-03:00Tente perceber <p> </p><p>Tente perceber<br />
Basta ver<br />
Tudo está <br />
E brota aí dentro<br />
<br />
De si mesmo <br />
Em cada momento<br />
Além de você<br />
E dos seus meios<br />
<br />
Ninguém mais<br />
Ignoro outro alguém<br />
Quiçá nem o tempo<br />
Seja capaz de fazer<br />
<br />
Você mudar para melhor<br />
Sem medo nem desespero<br />
Espere a volta do anzol<br />
Apesar do tempo feio<br />
<br />
Raia sempre e sem pressa o sol<br />
Ainda que não possa vê-lo<br />
Aguarde a revolução naquele setor<br />
A ingratidão é presa da infelicidade<br />
<br />
Os que flatulam e arrotam razão<br />
Costumam ser os menos razoáveis<br />
Antes da compreensão<br />
É fundamental sentir a ideia<br />
<br />
A falta de reconhecimento<br />
É da tristeza, faz parte dela<br />
A impressão é que nada tem senso<br />
Trata-se de um erro.<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_240226_164750_188.sdoc--></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-49295884783677757512024-02-24T13:22:00.006-03:002024-02-24T13:22:46.062-03:00Se você não é audaz<p> </p><p>Se você não é audaz</p><p>A vida se contrai</p><p>Com a vontade grande</p><p>O que se vê vem e se expande</p><p><br /></p><p>O meu gesto ou ajuste</p><p>É em relação a mim, </p><p>Não ao mundo injusto, rude</p><p>Em putrefação, rumo ao fim</p><p><br /></p><p>A vida na maior parte</p><p>É composta de sonhos</p><p>É legal ligá-los à ação</p><p>As portas se abrem</p><p><br /></p><p>As coisas brilhantes, as artes</p><p>Não são vistas como são</p><p>Mas diante do que somos</p><p>Visitas do sim, talvez do não</p><p><br /></p><p>Escrever é uma real necessidade</p><p>Ressignifica o escravizado silêncio</p><p>O mar precisa das tempestades</p><p>E nós, de conhecimento.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-7175516394839286162024-02-20T19:05:00.004-03:002024-02-20T19:06:08.514-03:00Busca na luz da bruma<p><br /></p><p><br /></p><p> Busca na luz da bruma</p><p>Contra a trama daninha</p><p>A ilusão já se transmuta</p><p>E sem drama transmite a notícia </p><p><br /></p><p>A lágrima que desce</p><p>E sai da mumunha</p><p>Dessa vez é alegre</p><p>E dança a sua melhor música</p><p><br /></p><p>Traduzir o estoque volátil em versos</p><p>Desde a hora do primeiro rock até hoje</p><p>Na trajetória táctil do projeto</p><p>Nasce, tropeça, rasteja, sobe e foge</p><p><br /></p><p>Meu bem, positividade </p><p>Não deixa tudo bem </p><p>E na festa, como de praxe,</p><p>Não se sabe quem é quem </p><p><br /></p><p>Face ao risonho risco</p><p>Parece insanidade </p><p>Porém é sonho, heroísmo </p><p>Ou pura santidade</p><p><br /></p><p>Colocar poesia </p><p>Assobiar no vazio</p><p>O coração é uma bateria </p><p>Um aviso sutil. </p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-16083342584010388292024-02-15T22:15:00.001-03:002024-02-15T22:15:14.433-03:00Transmissão <p> </p><p>A revolução não será televisionada </p><p>Pela Vênus platinada</p><p>A transformação é interna</p><p>E pelo menos por inteiro</p><p><br /></p><p>A esperança voa com pedras</p><p>A mudança perdoa de tão velha </p><p>Há pessoas paupérrimas </p><p>Que só possuem dinheiro</p><p><br /></p><p>E há quem conte moedas</p><p>Contando sempre com amizade</p><p>Ou com burrice nesta idade </p><p>As edificações do bairro onde cresci</p><p><br /></p><p>Estão menores e quietas</p><p>Ninguém é mais o mesmo </p><p>Eu sou estrangeiro aqui</p><p>Na casa no meio da estrada</p><p><br /></p><p>Nos arredores, nos arremessos</p><p>Arretada, ampla e indiscreta </p><p>A revolução não será desligada</p><p>Pelas ligas dos sacripantas e imbecis. </p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-27126430658303292942024-01-28T13:33:00.001-03:002024-01-28T13:33:29.184-03:00Espíritos <p> </p><p></p><p dir="ltr">É uma pena que Mercúrio em Peixes<br />
Deixe de ser um mero dado astrológico<br />
Quem me dera se o garimpo pudesse<br />
Ser apenas metafórico</p>
<p dir="ltr">A coragem não se cora <br />
De vergonha ou timidez <br />
É no coração que mora<br />
A coragem cônscia da sua vez</p>
<p dir="ltr">Opa! Ocorreu um erro. <br />
Estamos tentando resolvê-lo <br />
O mais rápido possível, tente<br />
Mais tarde novamente </p>
<p dir="ltr">O que temos não é roupa<br />
Mas conhecimento somente <br />
Ninguém nos rouba<br />
Imateriais cimento e semente </p>
<p dir="ltr">Além de preços e pompas <br />
Somos mais preciosos <br />
Do que um diploma<br />
Somos mais poderosos</p>
<p dir="ltr">Do que um cargo ou título <br />
Trascendendo carnes, ossos<br />
Crachás, cartilhas, remorsos, ritos<br />
Planilhas, ramais e escritórios</p>
<p dir="ltr">Não temos espíritos<br />
Não temos nem temamos o que somos<br />
Nós somos espíritos<br />
E o que somamos em sonhos.<br /></p>
<p dir="ltr"><br /><br /><br /><br /><br /></p><br /><p></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-71902261340916391982024-01-24T19:16:00.004-03:002024-01-24T19:16:47.339-03:00O parto<p> </p><p><br /></p><p>Por que nasci?</p><p>Por que eu vim </p><p>Parar aqui?</p><p>Por quê?</p><p><br /></p><p>Não sou nem serei</p><p>O único </p><p>Ou o último </p><p>A indagar, eu sei</p><p><br /></p><p>Preciso seguir </p><p>Perto de mim</p><p>O parto é assim</p><p>Sangrei, chorei e suei</p><p><br /></p><p>Eu vou mexer</p><p>Na colcha de retalhos </p><p>Na caixa da tevê </p><p>Nas gavetas do armário</p><p><br /></p><p>Para me rever</p><p>Viver dá trabalho</p><p>Ah, uma vez que errei</p><p>Sou perfeitamente falho.</p><p><br /></p><p>Hoje há tantos informes inúteis </p><p>Deixemos que os pensamentos </p><p>Passem como as nuvens</p><p>Enormes no firmamento.</p><p><br /></p><p>Todos nós, você e eu</p><p>Devemos cuidar da mente.</p><p>Quem não enlouqueceu </p><p>Ultimamente?</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-37218964162607716072024-01-18T21:29:00.001-03:002024-01-18T21:29:13.639-03:00A vida é uma revolução <p><br /></p><p><br /></p><p>Não vou me alugar</p><p>Isso é prerrogativa </p><p>Do destino que não se esquiva</p><p>Inquilino do lugar</p><p><br /></p><p>Agora eu me lembro</p><p>Do quão não era fácil </p><p>Viver adolescendo</p><p>Sobrevivi porque renasço</p><p><br /></p><p>Há tempos me mantenho</p><p>No constante exercício </p><p>De autoconhecimento </p><p>Inteligência não é artifício</p><p><br /></p><p>Religião paramilitar</p><p>E medicina antivax </p><p>Não vão me adoentar</p><p>A saúde não vem de táxi</p><p><br /></p><p>O óbvio é uma revelação</p><p>Caos não é bagunça </p><p>A vida é uma revolução </p><p>Antes tarde do que nunca</p><p><br /></p><p>Não vou me alegar</p><p>Inapto para o exame</p><p>Rapto do vexame</p><p>Capto a chave pra me alegrar</p><p><br /></p><p>Jamais é como se supõe </p><p>Camadas da existência </p><p>O que se corresponde </p><p>Entre a resistência</p><p><br /></p><p>E a persistência </p><p>Transcende a própria rima</p><p>Nunca é do jeito que se imagina </p><p>Como sempre, tipo ciência</p><p><br /></p><p>O homem está imundo</p><p>E pensa que é um dos deuses</p><p>Existe outro mundo</p><p>Pulsando dentro deste</p><p><br /></p><p>A intrepidez é a mola mestra</p><p>Toda vez é um novo início </p><p>Não é uma vida péssima </p><p>Foi apenas um dia difícil.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-60226293398517189952024-01-14T12:53:00.005-03:002024-01-14T12:53:51.151-03:00Consciência conselheira <p> </p><p><br /></p><p>Consciência conselheira</p><p>Sem essa de ânsias</p><p>Nem falas falazes</p><p>Eu lhe dou os passos e as orelhas</p><p>Já fizemos as pazes</p><p><br /></p><p>Orgulho, vulgo: desvio</p><p>Poços de ignorância</p><p>Tentadores vales</p><p>Não levo as dores e me viro</p><p>Verão que tudo se varre</p><p><br /></p><p>Consciência conselheira</p><p>Sem exorbitâncias </p><p>Nem fugas fugazes</p><p>Eu lhe devo a minha vida inteira</p><p>São dádivas da idade </p><p><br /></p><p>Em mim perdura a infância</p><p>Atrás das grades </p><p>Que se enferrujam </p><p>A engenharia se cansa </p><p>A intuição não é dúvida</p><p><br /></p><p>No espelho interno </p><p>Não existe culpa</p><p>É incapaz o analfabeto </p><p>De ler nenhum livro </p><p>Até este exato minuto </p><p><br /></p><p>Quando a leitura invade o vazio</p><p>Quarto escuro </p><p>E a taciturna noite parte</p><p>Com as cadavéricas certezas</p><p>Brumas de outro século </p><p><br /></p><p>Ah, consciência conselheira </p><p>Lesões e lições de nós cegos</p><p>A luz brilhante incide na teia</p><p>Na bolha, na telha, na borra do ego </p><p>A ilusão vai talhada e tarde</p><p><br /></p><p>Sempre que vier</p><p>Sente-se à mesa,</p><p>Estale os ossos, tome um café </p><p>Ou um troço qualquer e conte a verdade, </p><p>Consciência conselheira.</p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-61035490778334673122024-01-12T22:51:00.005-03:002024-01-12T22:51:44.382-03:00Silêncio na coxia <p> </p><p><br /></p><p>Silêncio na coxia</p><p>Os sonhos não são feitos </p><p>Pelos rótulos nem pelas coxas</p><p>O céu esplêndido propicia </p><p>A ousadia plena no peito</p><p>Uma estrela pousa</p><p><br /></p><p>Aterrissagem da iniciativa</p><p>Postura do guerreiro </p><p>Contra as obscuras coisas</p><p>Em prol da coragem na vida</p><p>O orgânico vai embora primeiro </p><p>Antes do ânimo, da alma da pessoa</p><p><br /></p><p>Quietude e telepatia </p><p>O teatro está cheio </p><p>De abutres, ratos e moscas</p><p>Miragem quase memória </p><p>Morará aqui na casa um dia</p><p>Mais calma do que desespero</p><p><br /></p><p>Hoje a onda é nova</p><p>Agora tudo se inicia</p><p>Está pronto o roteiro </p><p>Graças ao mapa da rota</p><p>Gritos nas entrelinhas</p><p>No planetário inteiro</p><p><br /></p><p>No fluxo das forças </p><p>Do proscênio, da coxia</p><p>O futuro adentro </p><p>A vontade que chora</p><p>Pela volta da alegria</p><p>Alegoria do tempo</p><p><br /></p><p>Qual é a idade da Terra?</p><p>Quantos anos vivemos?</p><p>Na redoma da matéria </p><p>Escuto o esclarecimento do silêncio</p><p>A despeito da sombra da psicosfera</p><p>Eu me mudo pelo amadurecimento</p><p><br /></p><p>Mensagem em modo procela</p><p>Por dias mais felizes</p><p>Aquele mundo já era</p><p>Depois do apocalipse</p><p>Quando é o aniversário da Terra?</p><p>Quantos anos eu tive?</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-55410629046959219382024-01-04T23:29:00.000-03:002024-01-04T23:29:17.092-03:00Ciente de que vim louco<p> </p><p>Ciente de que vim louco</p><p>É a minha lente</p><p>Há pouco tempo</p><p>E não passa lento</p><p><br /></p><p>Gente, sair do jogo</p><p>Pela tangente</p><p>É um livramento</p><p>E talvez seja rabugento </p><p><br /></p><p>Já fui diversos outros</p><p>Caí fora deste game</p><p>Eu me perco e me venço</p><p>Vivo feroz, vivo gemendo </p><p><br /></p><p>O mundo e o circo pegam fogo</p><p>Sou as chamas de alguém</p><p>Chamado, pensamento</p><p>Fleumático e me queimo</p><p><br /></p><p>Já fui muito bobo</p><p>Palhaço, malabarista</p><p>Clássico, artista cênico</p><p>Diabólico e me benzo</p><p><br /></p><p>Não posso ficar no conforto</p><p>No sofá, no bar, nas cinzas</p><p>Com sono ao passo que vou sendo</p><p>Em confronto com o bom senso</p><p><br /></p><p>Já não sou nada nem novo</p><p>Contudo não sou velho ainda</p><p>Quanto mais vou, mais venho</p><p>Para a jornada interina </p><p><br /></p><p>Batem à porta, no meu porto, </p><p>Maravilhas submarinas</p><p>Salvarão o desejo, saltarão do desenho</p><p>Embarcação a uma milha da minha</p><p><br /></p><p>Já nasci livre e torto</p><p>Na peripécia da periferia </p><p>Entre apocalipses, adventos,</p><p>Cicatrizes, inércias e feridas</p><p><br /></p><p>Já estive nessa, já fui morto</p><p>Agora tenho gosto de vida</p><p>De perigo da lufada do vento</p><p>Que nem a fada adivinha.</p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-32182818993889984922023-12-28T10:02:00.000-03:002023-12-28T10:02:32.985-03:00São pessoas <p> </p><p><br /></p><p>São pessoas do banzo que choram</p><p>Uma lágrima dropa e vira dupla</p><p>Várias páginas que adubam</p><p>As bases, os trânsitos e os treinos</p><p>Diuturnos, sem panos nem extremos</p><p><br /></p><p>São pessoas do banco que olham</p><p>Das frases dúbias </p><p>Às fases de dúvidas</p><p>Alarmes estranhos de incêndios</p><p>De estúdios e de planos que não demos</p><p><br /></p><p>São pessoas do banho que demoram</p><p>Cada segundo dura</p><p>Um comando que educa</p><p>As artes aonde vamos com os venenos</p><p>De Marte, do mundo e de Vênus</p><p><br /></p><p>São pessoas do bando que cobram</p><p>Fazendo farofa da duna </p><p>Dose não quer dizer uma ducha </p><p>Milagres e quebrantos nos silêncios </p><p>Tão profundos que quebramos e vemos.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-79490535954409454112023-12-19T23:38:00.005-03:002023-12-19T23:38:45.783-03:00Fúria oculta <p><br /></p><p>Comunhão incomum</p><p>Loquacidade incomunicável </p><p>É louvável a recordação</p><p>Do recurso da respiração</p><p>Quando não está fácil </p><p><br /></p><p>Haverá flecha, tendo bambu</p><p>Soa falso fazer o coração </p><p>Com os dedos das mãos </p><p>Ásperas de medo</p><p>Da bomba, do brinquedo </p><p><br /></p><p>As aspas do rebu</p><p>Não tiram as palavras </p><p>Da minha tirania ou autoria</p><p>No berro livre, plácida arruaça </p><p>Na rua, na praça, na auditoria</p><p><br /></p><p>Rumo a lugar nenhum</p><p>A paciência é a fúria oculta</p><p>Na indiferença, na unha</p><p>Nas rimas que ficam</p><p>Remando no raso, na praia.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-82075853086956699842023-12-10T15:50:00.005-03:002023-12-10T15:50:48.590-03:00Se você <p> </p><p><br /></p><p>Se você acha</p><p>Que só tem a mesma cara</p><p>Quem faz a barba</p><p>De forma diária</p><p><br /></p><p>Se você pensa</p><p>Que o cromo compensa </p><p>A cor da desistência </p><p>Por falta de força e crença</p><p><br /></p><p>Se você deduz</p><p>Que não há luz</p><p>Nem céus azuis </p><p>Para os seus tabus</p><p><br /></p><p>Se você supõe </p><p>Que não tem sobrenome </p><p>Nem sobremesa para a fome</p><p>Azeda que não some</p><p><br /></p><p>Se você infere</p><p>Que salvará a sua pele</p><p>Em plena febre</p><p>Da falsidade alegre</p><p><br /></p><p>Se você concorda </p><p>Que está curta a corda</p><p>Curta a vida toda</p><p>Porque não se recruta a volta.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-84399714110672640262023-12-03T22:54:00.000-03:002023-12-03T22:54:00.611-03:00Não aperte <p><br /></p><p><br /></p><p>Não aperte</p><p>A minha mente</p><p>Nem me acerte</p><p>As costas ou de frente </p><p>Se perder a aposta</p><p><br /></p><p>Talvez aperte a dor</p><p>Talvez alerte a minha mão</p><p>Ou somente o botão </p><p>Do elevador</p><p>Sem abrir a porta</p><p><br /></p><p>Para qualquer andar</p><p>O centésimo, o térreo </p><p>A casa de máquinas, a cobertura </p><p>A mágica pra não me torrar</p><p>O cérebro na abertura</p><p><br /></p><p>Não venha me apertar </p><p>A mente, aventura </p><p>Já basta a minha própria </p><p>Ala paranoica na avenida e na rua</p><p>Aba clara do mistério.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-8392415722459551332023-11-22T13:58:00.003-03:002023-11-22T18:53:30.963-03:00Vestido de vestígios <p> </p><p><br /></p><p>Vestido de vestígios </p><p>E visões vertiginosas</p><p>Eu me dispo, me roubo, me livro</p><p>Me disponho e me despeço </p><p>Robô com coração vai embora</p><p><br /></p><p>Como o passado em cinemascope</p><p>Que nunca ouve</p><p>As lamúrias, as estórias</p><p>Das duras e doces memórias</p><p>Escolhas, escórias e flores </p><p><br /></p><p>Feito de faltas</p><p>E falas espalhafatosas</p><p>O mangue se asfalta</p><p>O consolo é fértil </p><p>No sertão após certas horas </p><p><br /></p><p>Pra friend é que se anda</p><p>O presente não se estanca</p><p>O eufemismo das grandes mídias </p><p>Menciona propinas </p><p>Como recursos não contabilizados </p><p><br /></p><p>Retalho de versões </p><p>Rasgado pelos versos</p><p>Infernos, ensaios e verões </p><p>Eu desligo o rádio</p><p>Viro o disco e recomeço.</p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-43022594396273244712023-11-15T16:48:00.001-03:002023-11-16T16:18:30.206-03:00A esfera é poda<p> </p><p><br /></p><p>Se é fato</p><p>Não rui o real</p><p>Mas com tantas </p><p>Falácias e inverdades </p><p>Cabe a redundância</p><p><br /></p><p>Veterano e novato </p><p>Deslumbre ficcional</p><p>Uma sede insana</p><p>Desbundes familiares </p><p>Bandeide para a criança </p><p><br /></p><p>Fumaça não é nuvem</p><p>As cruéis paisagens </p><p>São fuligens úteis</p><p>Outros ângulos</p><p>Blasfêmias santas</p><p><br /></p><p>Loucos anjos</p><p>Cantando numa boa</p><p>Tocando banjo</p><p>Nos bailes de boda</p><p>Uma beleza de banda</p><p><br /></p><p>A esperança é uma déspota </p><p>Na popa, na proa</p><p>A espera se esbanja</p><p>Na polpa da fruta</p><p>Radical da planta</p><p><br /></p><p>Na manga da roupa suja</p><p>Em qualquer época</p><p>Feras, fé e planos</p><p>A esfera é poda</p><p>Tocando anjos.</p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-6323707857777598692023-11-01T16:37:00.000-03:002023-11-01T16:37:44.839-03:00O interesse do interior <p> </p><p>O interesse do interior </p><p>Não é infame</p><p>Nem alheamento ao que for</p><p>Nem sempre</p><p>O jogo se vence</p><p><br /></p><p>Contudo eu venho</p><p>Treinando para o exame </p><p>Para o reconhecimento </p><p>Para o jantar dançante </p><p>E lidando com o dissabor</p><p><br /></p><p>Deixar de ganhar, garanto,</p><p>É um merecimento </p><p>Eu não sei quantos </p><p>Desenganos tive</p><p>Foram tantos dias</p><p><br /></p><p>Entretanto sou esfinge </p><p>E besta o bastante </p><p>Aéreo navegante</p><p>Fundo de garantia </p><p>Por tempo de ser isso</p><p><br /></p><p>Livro aberto </p><p>Livre arbítrio</p><p>Instante longevo</p><p>Motores, temores</p><p>Delirantes desejos</p><p><br /></p><p>Tranquilos descontroles</p><p>Equilibrados desesperos </p><p>Razoáveis compulsões </p><p>Demônios interiores </p><p>Essenciais decorações</p><p><br /></p><p>Para amanhã que não veio</p><p>Haja hoje</p><p>Uma geração nova</p><p>Crianças nomofóbicas</p><p>Não são plantas nem flores. </p><p><br /></p><p><br /></p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3223380801339532800.post-18299164078366004442023-10-17T13:03:00.001-03:002023-10-17T13:03:45.934-03:00Revisão dos textos <p> </p><p><br /></p><p>O poema sempre desmonta</p><p>Qualquer protocolo </p><p>Pura imposição</p><p>O cinema é mais que uma telona </p><p>O tráfego é pesado</p><p><br /></p><p>A resenha não se fatiga</p><p>A antena tem todos os olhos </p><p>O dilema é uma ficção </p><p>Ainda que não se diga</p><p>O trânsito é ditado</p><p><br /></p><p>Distribuição dos pesos</p><p>Para as bases no chão</p><p>Revisão dos textos</p><p>Do berço ao caixão</p><p>O transporte é cuidado </p><p><br /></p><p>Mudança de rota</p><p>De humor, de dança</p><p>Da rotina rota</p><p>Dói quando não arranha</p><p>O trabalho é errático </p><p><br /></p><p>Sem desespero </p><p>Para cometer o que quiser</p><p>Os mesmos acertos </p><p>No cometa, a pé ou no VLT</p><p>O trato é válido </p><p><br /></p><p>Alteração da retina</p><p>Das nuvens na linha</p><p>Do horizonte, marco zero</p><p>A humildade é uma ponte</p><p>O atraso é exato.</p>Tchello Melo http://www.blogger.com/profile/13568635599468420739noreply@blogger.com0