Janela aberta
Novas lentes
Consciência desperta
Descoberta na mente
Olhos atentos
Passos tranquilos
Passou o tempo
De fracassos e grilos
Refrescados por um temporal
Campos e jardins
São aquecidos pelo sol
No Oriente, no interior
A luz aumenta lentamente
Apagando as estrelas
Epifania dentro de mim
A despeito da dúvida
E da desconfiança
As coisas se despem
Despencam e mudam
Constante é só a mudança
Daqui para frente
Desde aquela sexta
Um estalo na mente
Estrada não é esteira
O instante se estende
De agora em diante
Depois que a caverna
Ficou cintilante
Fazendo asas das pernas
E presente do instante
Já é concreto o sonho
Com o translado
Para o lado cônscio
Embarque efetuado
Bilhete singular
Sob o sol, a caminhada
Não é mais circular
Tampouco é esteira a estrada
Aqui é o lugar
Onde ocorre o encontro
Hoje em dia
A partir de algum ontem
Está claro o que não se entendia
Erguida a ponte
E conquistado o ponto
Colo ao que se despedaça
As coisas se despedem
O velho sol está se pondo
E o novo não se intromete
Solo ao que se despetala
Vocabulário às favas
É rasa a comunicação
Apenas com palavras
Basta ouvir o coração
Que a ponte se ergue.