sábado, 15 de junho de 2024

Nomes da infância

 

Buracos? Boatos?

Não encaro nem busco

Estou atrás de entusiasmos

Não sou operário do susto

Preciso ir lá embaixo

Para encontrar o sumo

E me ensopar no barro

Ondulando no fundo


Porém nada mais traz

A magia dos pueris tempos

Saudade ou nostalgia, tanto faz

Eu resisto quando me lembro

Há quem goste mais

De olhar para o firmamento 

E pescar temporais

Do que se ancorar por dentro 


Os nomes da infância jamais

Cairão no esquecimento

Eu quero aquela paz

Ou qualquer entendimento

Biruta? Um bocado

Não crio gomas nem musgos

Estou atrás de recados

Nos grilos, nos muros 


Preciso ir, senão me calo

Cansado em cacos sumo

No retrovisor do carro

Do que restou do mundo

Aos nomes da infância que jaz

Mando meu agradecimento 

Eu quero aquela paz

Apenas a que aguento.


Nenhum comentário: