Ao ouvir os vinis
De tia Mairy
Ao ler os versos
De Construção
No verso do disco
De Chico Buarque
Eu resolvi de supetão
Escrever o que sinto
Fazendo arte
Num tempo longínquo
Enquanto adolescia
Descobri o que é poesia
Nas férias de noventa e dois
Em Venda das Pedras, Itaboraí
Ontem minha tia Mairy foi
Descansar em paz por aí
Três dias depois
Do desencarne
Do seu irmão
Do meu tio Toninho
Ambos sobrinhos
Do meu avô Jayme
Filhos do tio-avô Valério
Somos todos espíritos
Por aqui de passagem
A vida não finda no cemitério
E se finca além da carne
Na certeza do mistério.
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