quarta-feira, 24 de julho de 2024

Ao ouvir os vinis

 

Ao ouvir os vinis
De tia Mairy
Ao ler os versos
De Construção

No verso do disco
De Chico Buarque
Eu resolvi de supetão
Escrever o que sinto

Fazendo arte
Num tempo longínquo
Enquanto adolescia
Descobri o que é poesia

Nas férias de noventa e dois
Em Venda das Pedras, Itaboraí
Ontem minha tia Mairy foi
Descansar em paz por aí

Três dias depois
Do desencarne
Do seu irmão
Do meu tio Toninho

Ambos sobrinhos
Do meu avô Jayme
Filhos do tio-avô Valério
Somos todos espíritos

Por aqui de passagem
A vida não finda no cemitério
E se finca além da carne
Na certeza do mistério.




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