Os temas e as metas
Não podem ser apenas metais
São da polpa as colheitas
Em vez da pompa e do papel
Moedas mentais
Tilintam do céu
Viver é um sacro ofício
Generosidade
Não é desperdício
Eu entendi que é hora
De ficar fora
Da normose
Apelidada de normalidade
Atualmente me apavora
A ideia de tomar uma dose
Do mar de peçonha, de algo
Que me deixa fraco
Mole e grogue
Eu piamente supunha
Que era alívio ou remédio
O sutil veneno
Mas fui testemunha
Das perdas de crédito
Até então não estava vendo
Corria completamente cego
Viajava e me perdia
Nos atalhos da vida
A Via Láctea
Não é a única galáxia
Os objetivos não são só mentais
Não mora no exterior a paz
Há várias Niteróis
Vamos sair da normose
Vamos cuidar de nós
Radares, cumes, vales e drones
Sobrevoando nos arredores
Nuvens, anjos, urubus e pontes
Sobre o travesseiro, na travessa
Com o novo estilo de cabelo
Dentro do corpo, dentro da cabeça
Vamos nos cuidar direito
Com coragem e carinho
Eu viro um exército
Comigo não estou sozinho
Voava plenamente cego
Agora me visto de audácia e afeto
O sonho pertence à preguiça
E o pensamento, ao trabalho
A religião dispensa joelhos e missas
As aves mostram o quão somos baixos.