Do lixo, do lírico
Ao inequívoco equívoco
Há momentos em que nem o espelho
Deseja me ver belo ou feio
E sei me desenhar por dentro
Não há nada neutro
Há essências feito eu e você
Evidências do fato e do fake
Em sã consciência só sei que
Está tudo fantasticamente bem
Sou sim, sou singularmente alguém
Nas primeiras horas da manhã
Sempre é um novíssimo dia
Se há o passado e o presente, virá o amanhã
Depois das trevas da travessia
Do mar de esperas e de caldos
Meu ser se eleva e não termina
Num lugar longe ou alto
Havia um náufrago e uma cisma
De que o espelho não me queria
Havia uma onda e um tempo
Em que não entendia direito
O espelho já me rechaçou
Mas hoje vejo quem sou
A coragem vem do coração
Havia um espelho em cacos
Em que me via aos pedaços
Há imagens em que o espelho
Mira as vontades e os desejos
Efeitos da mentalização
Havia uma temporada
Em que a tempestade me abrigava
Agora eu não desprezo
O reflexo do espelho
Nem a minha reflexão
Do livro, do líquido
Ao onírico capítulo
Há instantes em que o espelho
Não expõe o bastante
Propondo o uso do sonho, da visão.
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