A natureza morta
Das fruteiras
A geometria torta
Das fronteiras
Abrindo a volta
Abraço da porta
Colheita da janela
Olhando o que resta
Após o breu das moscas
Nas feiras, nas festas
Sou eu entre as coisas
Das bandeiras nas férias
Da simbologia cônscia
Pressão nas frestas
Frenéticas colônias
Nada é faz-de-conta
Tampouco eu fui
O que serei não é da sua conta
Cego desapego de baús
Segurando as pontas
Alma bela e fera
Da minha saga, não a dos gurus
Alguma água fresca
Penumbra, meia-luz
E a melhor sombra
A realidade é faz-de-conta
Fui o que compus
Ao que serei já não sou contra
Prego, ego, pus, cruz
Não ressuscita quem não sonha
Retórica interesseira
Dos pastores impostores
Operação alvissareira
Dos senhores das dores
Da engenharia, da arte
Da ironia, da empresa, da loucura
Da engenhoca presa
Minhocas inconfessáveis
Saudades, pesos e bolores
Acertos, erros e memórias fáceis
Bom senso, amores
Exploração espuma
Explosão do que for
Explicação nenhuma
Qualquer esplendor.
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