quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Exploração espuma

 


A natureza morta

Das fruteiras

A geometria torta

Das fronteiras

Abrindo a volta


Abraço da porta

Colheita da janela

Olhando o que resta

Após o breu das moscas

Nas feiras, nas festas


Sou eu entre as coisas

Das bandeiras nas férias 

Da simbologia cônscia

Pressão nas frestas 

Frenéticas colônias 


Nada é faz-de-conta 

Tampouco eu fui

O que serei não é da sua conta

Cego desapego de baús

Segurando as pontas 


Alma bela e fera

Da minha saga, não a dos gurus

Alguma água fresca 

Penumbra, meia-luz

E a melhor sombra


A realidade é faz-de-conta 

Fui o que compus

Ao que serei já não sou contra

Prego, ego, pus, cruz

Não ressuscita quem não sonha


Retórica interesseira 

Dos pastores impostores 

Operação alvissareira 

Dos senhores das dores

Da engenharia, da arte


Da ironia, da empresa, da loucura 

Da engenhoca presa 

Minhocas inconfessáveis

Saudades, pesos e bolores 

Acertos, erros e memórias fáceis


Bom senso, amores

Exploração espuma

Explosão do que for

Explicação nenhuma

Qualquer esplendor. 



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