segunda-feira, 9 de setembro de 2024

República de Marlboro

 

Na República de Marlboro

O repertório musical

Não pode ser duradouro

Reflete o gosto monocultural 

E amargo dos agrossenhores 


A dança é densa

E assino pelo dia em que chegarão 

Como cinema, Lady Leveza

E o seu batalhão 

De atabalhoados apoiadores


Na República de Marlboro

Tudo é antinatural 

Exceto o que notei há pouco 

Ao me ver na tela residual

Após cerrar os olhos


Na beira, no centro do fogo

Labaredas bailam

Nas alamedas, dentro do foco 

Nada se ofusca nem se embaça

Fora da República de Marlboro 


A festa é voraz e pesada

Logo mais pintarão

Entre fumaças, a alvorada

E o seu coro em profusão 

De curiosas cores


No exílio da República de Marlboro

Onde já teria sido a terra

Da República de Marlboro

Saltarão dos resíduos da tela

Um suspiro e os meus delírios todos.



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