Na República de Marlboro
O repertório musical
Não pode ser duradouro
Reflete o gosto monocultural
E amargo dos agrossenhores
A dança é densa
E assino pelo dia em que chegarão
Como cinema, Lady Leveza
E o seu batalhão
De atabalhoados apoiadores
Na República de Marlboro
Tudo é antinatural
Exceto o que notei há pouco
Ao me ver na tela residual
Após cerrar os olhos
Na beira, no centro do fogo
Labaredas bailam
Nas alamedas, dentro do foco
Nada se ofusca nem se embaça
Fora da República de Marlboro
A festa é voraz e pesada
Logo mais pintarão
Entre fumaças, a alvorada
E o seu coro em profusão
De curiosas cores
No exílio da República de Marlboro
Onde já teria sido a terra
Da República de Marlboro
Saltarão dos resíduos da tela
Um suspiro e os meus delírios todos.
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