Surfando na onda lenta
Na onda alfa da consciência
Arfando, chego à praia
Depois da tormenta
De volta pra casa
Da época sonolenta
O sonho sabe que se atrasa
A força tem a ciência
De que tudo tem seu tempo
Haja brisa e brasa
Fogo lento me lendo
O sonho me abraça
E me ampara no leito
Para além da carcaça
No sopro do vento
A meta é a caça
O mote mora no peito
A morte não é desgraça
Mas um renascimento
Um tipo de graça
Uma fruta suculenta
Futuro que perpassa
Na crista da onda lenta
Na pista, na estrada
Desde o fim dos anos setenta
De volta pra calma
A memória me cumprimenta
Ela mora na antessala
E dorme na cama poeirenta
Olhando na minha cara
Vejo que, de violenta,
A realidade já basta
A não-violência
Deve ser uma prática
Que não pode apenas
Ser treinada na aula
Ou lida num poema
A paz é uma onda alta
É uma sonda, é uma senha
Capaz de resgatar a alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário