segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Onda lenta

Surfando na onda lenta

Na onda alfa da consciência 

Arfando, chego à praia

Depois da tormenta

De volta pra casa 


Da época sonolenta

O sonho sabe que se atrasa

A força tem a ciência 

De que tudo tem seu tempo

Haja brisa e brasa 


Fogo lento me lendo

O sonho me abraça 

E me ampara no leito

Para além da carcaça 

No sopro do vento 


A meta é a caça 

O mote mora no peito 

A morte não é desgraça 

Mas um renascimento 

Um tipo de graça 


Uma fruta suculenta 

Futuro que perpassa

Na crista da onda lenta

Na pista, na estrada 

Desde o fim dos anos setenta 


De volta pra calma

A memória me cumprimenta 

Ela mora na antessala 

E dorme na cama poeirenta

Olhando na minha cara 


Vejo que, de violenta,

A realidade já basta

A não-violência 

Deve ser uma prática 

Que não pode apenas 


Ser treinada na aula

Ou lida num poema

A paz é uma onda alta

É uma sonda, é uma senha

Capaz de resgatar a alma.



Nenhum comentário: