quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pela orla

Passeando na calçada
Vejo mais coisas
Do que na tevê
De quarenta e poucas polegadas

Encontro na caminhada
Quase as mesmas pessoas
Que não se veem
Do sofá da sala

Andando pela orla
Da praia observo os urubus numa
Espécie de autópsia
Do peixe expelido pela chuva

Crianças de sete a setenta anos
Jogam peteca e bola
Enquanto vou passando
Junto com as horas

E cumprimento
Os transeuntes
Sem aceno
Entre as nuvens.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

You, eu sei!

Os estados munidos
Querem invadir a Síria
Por haver supostas armas químicas
Quando os estalos fundidos
Vão espionar as suas almas cínicas?


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

As charadas do mundo

O fardo pesa
Tanto quanto a farda
Entretanto eu aturo

Não há conversa
Quando se acertam com armas
As charadas do mundo

Não existe pressa
Para quem tem calma:
Abraça um dos futuros

Não adianta só reza
Caso não faça nada
Mais do que ficar em cima do muro

É vã a promessa
De ouvir a alma
Ao deixar o aparelho mudo.






quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Fique fora por dentro de si mesmo

O direito ao erro
Não é dever
Nem devora
Entrar em desespero
Fique fora
Por dentro
De si mesmo
Neste agora
Há tantos tempos
A preguiça é um desafio
O ego
É um empecilho
O prego
Enguiça no caminho
Da parede para
A do vizinho
Que tem a sua cara
Casa na área esnobe
Da cidade que se declara
Submersa quando chove
E submissa à tara
De se foder enquanto o que sobe
É a ejaculação imobiliária.