domingo, 27 de setembro de 2020

O futum do futuro

 O futum do futuro

Já está presente

No ar poluto

Realidade nonsense

Eis o fruto da semente

Lançada pelo progresso

Embora se queime

Até quem tem acesso

No interior das nuvens

Ao redor do furdunço

A despeito do perfume

Do velho discurso

Permanece fétido

E cada vez mais perto 

Do fim deste mundo

Pintado e cadavérico.


sábado, 26 de setembro de 2020

Bião

 Fabiano Ribeiro 

Froes da Cruz

É meu amigo, parceiro

Cheio de graça e luz

Rubro-negro

Muitos Fla X Flus

Já torcemos contra e juntos

E também com a peça compus

Raps sobre qualquer assunto

Aprendi com o colega de classe

Em mil novecentos e noventa e quatro

A comer a carne

Misturada com arroz e feijão

Fomos repórteres cinematográficos

No Haras São Sebastião

Gaiato e desenhista

Ele já me salvou uma porção

De vezes, inclusive a vida

Quando eu não via mais solução

Na praia de Piratininga

Ou no apê do Ingá

Pai de Ozzy, tio de Mathias

Não consigo chamar

O libriano de Fabiano, só de Bião.


domingo, 13 de setembro de 2020

Quem sou eu na fila do pão?

Quem sou eu

Na fila do pão?

Teatro, museu

Cinema, televisão

Para onde vou

Com minha carcaça?

Morro, praia, show

Casa, bar, praça

Quem eu sou?

Na escuta, à espera

Da consulta ou

Da live da guerra

Eu vou aonde

Com meu coração?

Poema e sobrenome

Qual é a cotação?

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Sob telhados de vidro

 Somos parecidos

Sob telhados de vidro

Para o brilho solar

Eliminar a obscuridade

Embora a claridade

Possa virar pedra

- Faz parte da vereda -


Somos semelhantes

Como vogais e consoantes

Que precisam se acoplar

A fim de que se apalavrem

Em sentido e identidade

Mais do que só uma letra

Faces da mesma moeda.