Não há chuva
Que me tire a fissura
Da acupuntura.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Protocolo caleidoscópico
A terra se lavra
Somente com sementes
Que não soterram a palavra
Regada e rogada na mente
O que eu semeio
Através e dentro
Da minha cabeça
Segue o protocolo
Caleidoscópico
Para que o sonho floresça
Se a monocultura
Prejudica o solo
O que dizer da ditadura
Em todos os terrenos, saltando aos nossos olhos?
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Escola de escolhas
Todo dia eu aprendo
A nadar, a andar
A voar e a respirar
Até quando prendo
A mim próprio e o ar
A vida não para de me ensinar
Toda hora eu desaprendo
A rastejar e a me grilar
Já estou grisalho demais.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
No máximo, é uma fotografia
Muita pressa
E pressão
Dão depressa
Uma depressão
Eu tenho meus momentos
De calma e de melancolia
Mas não faço disso um monumento
No máximo, é uma fotografia.
A pessoa presa
À opressão
Fica surpresa
Com a própria supressão.
domingo, 17 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Qualquer carinho
Tanto carão
Faz com que seja caro
Qualquer carinho
Preços cairão
E as pirâmides sairão de Cairo
À procura de carinho
A minha cotação
Deixa bem claro
Que não sai caro qualquer carinho.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Mais esgoto vaza
Quanto mais brotam prédios
No lugar das casas
Mais esgoto vaza
Principalmente na Duque Estrada
Onde moramos eu e o prefeito
Se está assim este logradouro
À mercê de um progresso que só atrasa
Devem ser inóspitos os outros.sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Não sou assim à toa
Eu sei que o tapete
Enrolado me denuncia
Não sou assim à toa
Pentelho no sabonete
Espuma na pia
Outros vestígios
Da minha passagem
É melhor ter um topete
Do que a cabeça lisa
Se alguém vira a folha
O calendário não se repete
Na parede da cozinha
Novos destinos
Para a mesma viagem.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Esta chuva infinda
A chuva não termina
Ignoro se é por tristeza
Ou por fadiga
Do céu diante da alteza
Do sol que castiga
Através de calor e frieza
Como se não desse a mínima
A quem não tem sombra e água fresca
Talvez sirva para algo esta chuva infinda
Desde terça-feira
Ou há dois dias
Com a duração de uma vida inteira.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Nem tudo e quase nada
Nem tudo o que calo
Escoa pelo ralo
São sonhos insanos
E sãos
Amalgamados
Com recordações
Minha cabeça é um oceano
Onde nada meu coração.
Quase nada do que falo
Ecoa pelo papo
São olhares indiretos
Ocasiões
No automático
Em desiguais repetições
Minha cabeça é um deserto
Onde se desnuda meu coração.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Bem agorinha
Qualquer prazer
Consegue me divertir
Eu sei que pra ser
Só se segue se ir
Passional
E patético
Possuem a mesma origem
Entre o racional
E o poético
Equilibro a minha vertigem
Qualquer agonia
É capaz de me atingir
Bem agorinha
Sem tempo para fingir
E eu gosto de verdade
Cada vez mais do meu amor
Porque transa arte.
sábado, 2 de novembro de 2013
As luzes singulares
As luzes singulares
Encerrando a corrente tarde
Esclarecem o milagre
Do sol em sondagem
Apesar de
Ser feriado de finados,
De haver mais edifícios perfilados
E de hoje ser sábado,
Amanhã não há de
Ser considerado
O único dia da felicidade.sexta-feira, 1 de novembro de 2013
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