quarta-feira, 30 de julho de 2014

Fragmentos inteiros

Eu não escrevo
Para ganhar dinheiro
Levo a vida em versos
Fragmentos inteiros
Do universo
Onde habito

Mesmo com a fotografia
Se eu não escrevesse
Poesia
Enlouqueceria
Para sempre e não às vezes
Como de hábito.






segunda-feira, 28 de julho de 2014

Cabimento

Felicidade
É o cabimento
Do sonho na realidade

Assim como o momento
Em que aquela roupa maneira cabe
De novo: é quase um retorno do tempo.


domingo, 27 de julho de 2014

O mundo já foi crudelíssimo

Eu tenho virtudes
E vídeos
Ninguém é prefeito

O mundo já foi crudelíssimo
Agora é cruel, no mínimo.

Compro omissos
Vendo fatos feitos
Na edição da moral e dos bons costumes.




Largadas e chegadas

Estar desperto
Às nove da madrugada
De um domingo é ficar perto
Da minha infância entre largadas
E chegadas.




sábado, 26 de julho de 2014

Outra peça da realidade

Se eu me ressinto
Não passa de um indício
Da farsa da sociedade

O meu recinto
Por mais que pareça fictício
É outra peça da realidade

Onde eu resido
É um presídio
Tingido de cidade

Enquanto eu resisto
Não é suicídio
Mas um tipo de saudade

E qualquer resíduo
Ou riso no caminho
É motivo de curiosidade.






sexta-feira, 25 de julho de 2014

O meu mistério

O meu mistério
Eu não revelo
Através de selfies em série

O que me aduba
Não é esta merda que vendem
Não é litro de autoajuda

O que me propaga a mente
É a loucura lúcida
E paga em moeda torrente

O meu espelho
Outono interno
Não é texto de Paulo Coelho.








terça-feira, 22 de julho de 2014

Para os que se decepcionaram

Para os que se decepcionaram
Com a seleção da confederação mafiosa de ufania
Ou com a inverossímil novela cheia de nove horas:
Eu sugiro que pensem na história
Que está acontecendo agora
Na Faixa de Gaza
Por mais que seja bizarra
Ou nas sete dicas da semana
Por mais que sejam estranhas
Eu suplico que reflitam acerca da atual guerra (que é um genocídio), da violência, da politicagem e da covardia
Em vez de encherem as caras, os bolsos, os bíceps, os peitos e as bundas
A lobotomia transmitida pela grande mídia todos os dias
É uma trama tão persuasiva quanto nauseabunda.






quinta-feira, 17 de julho de 2014

Israel is a hell


De maneira paulatina
E covarde
Israel apaga do mapa
Toda a Palestina
E segue a barbárie
Na Faixa de Gaza
Às barbas da comunidade
Internacional, que não passa
De um clube de banqueiros,
Mercadores e guerreiros:
Nada mais é do que um nome artístico
Adotado pelos estados munidos.
As vítimas civis
São apelidadas de danos colaterais
De onde vem este direito infeliz
De burlar os demais direitos em prol da paz?
Somos de um só país
E filhos dos mesmos pais.


sábado, 5 de julho de 2014

Quando subo a serra

Quando subo a serra
Eu assumo: fico meio alto
A natureza nunca erra
A prova é o cheiro do mato

O tempo adquire
Outro tipo de ritmo
Agora estou quite
Consigo e comigo

Aqui eu não ouço
O som monocórdico
Das obras que não acabam

E nem sinto o esgoto
Transbordando o desgosto
Da especulação imobiliária.