É preciso, mais do que nunca, desurbanizar,
estou asfixiado desta verticalização tamanha,
torna o horizonte mais longe do céu e do mar:
onde estão as casas e as coisas da minha infância?
A especulação imobiliária
vai imobilizar o fluxo,
a cidade está tão inchada
quanto os bolsos dos políticos com seus negócios escusos.
Em vez de arvoredo,
uma selva de cimento,
o que não salva ninguém do medo
do cotidiano violento:
eu quero entrar numa máquina do tempo
se tudo virar um só excremento.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Navios nas minhas costas
Transporto navios
nas minhas costas
e dos meus gritos
poucos gostam,
lírico, eu me silencio...
Ninguém é vazio:
sempre há as respostas
quando me inquiro
abrindo as portas
e as janelas do espírito.
Eu não sou um desejo involuntário
nem um risco desnecessário,
estou fora deste itinerário,
se ainda não saí, eu paro,
espero, espirro e me depuro.
nas minhas costas
e dos meus gritos
poucos gostam,
lírico, eu me silencio...
Ninguém é vazio:
sempre há as respostas
quando me inquiro
abrindo as portas
e as janelas do espírito.
Eu não sou um desejo involuntário
nem um risco desnecessário,
estou fora deste itinerário,
se ainda não saí, eu paro,
espero, espirro e me depuro.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Mais doçura e menos açúcar
Apesar da sobra
Da pressão própria dos sais
Da insônia insossa
Vou dormir e domar
A sede toda
Bebendo o mar
Como quem sonha
Com a cor do ar
O acordo da onda
Com o radar
Para que a sonda
Apure seu paladar
Por uma vida sabiamente saborosa:
Mais doçura e menos açúcar
Quiçá eu possa,
Oxalá!
Da pressão própria dos sais
Da insônia insossa
Vou dormir e domar
A sede toda
Bebendo o mar
Como quem sonha
Com a cor do ar
O acordo da onda
Com o radar
Para que a sonda
Apure seu paladar
Por uma vida sabiamente saborosa:
Mais doçura e menos açúcar
Quiçá eu possa,
Oxalá!
Por mais que aconteça
A madrugada avança
E cansa
A minha leveza
A noite é uma dança
E sangra
Quando a manhã chega
O dia é uma esperança
Tardia na tarde estranha
Por mais que aconteça.
E cansa
A minha leveza
A noite é uma dança
E sangra
Quando a manhã chega
O dia é uma esperança
Tardia na tarde estranha
Por mais que aconteça.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O que serei será
O que serei será
uma esperada surpresa
um ermo lugar
uma personagem
solta e presa
na cartilagem
da minha pressa
entre a coragem
e a cautela
após a camada de preguiça
ser removida
o que serei será
da minha cabeça
do meu olhar
do coração uma defesa
em pleno ataque
uma luz bêbada
de eletricidade.
uma esperada surpresa
um ermo lugar
uma personagem
solta e presa
na cartilagem
da minha pressa
entre a coragem
e a cautela
após a camada de preguiça
ser removida
o que serei será
da minha cabeça
do meu olhar
do coração uma defesa
em pleno ataque
uma luz bêbada
de eletricidade.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Embora não esteja
O tempo anda
liquefeito
e liquidado, bacana:
nem tudo é perfeito
embora não esteja
com os nossos defeitos
gosto de cerveja
e do que tenho direito.
liquefeito
e liquidado, bacana:
nem tudo é perfeito
embora não esteja
com os nossos defeitos
gosto de cerveja
e do que tenho direito.
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