O vento sibila
Pelas vidraças sacudidas
E eu não sabia
Que ficava com medo
E é só uma canção no topo
Das paradas enquanto volto
A encher o copo
Tem que permanecer cheio
O navio como exército
O cínico como certo
O ridículo como sucesso
E eu tento me manter alheio.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Mais sentido à vida
O que me decola
Mesmo que seja um gole
Não me degola
Por mais que me descole
O sol ressurge
Ainda que acanhado
E espremido entre as nuvens
Já torna o dia dourado
E este cheiro de comida
Das cozinhas imediatas
Dá mais sentido à vida
Apesar da fome que morre e mata.
Mesmo que seja um gole
Não me degola
Por mais que me descole
O sol ressurge
Ainda que acanhado
E espremido entre as nuvens
Já torna o dia dourado
E este cheiro de comida
Das cozinhas imediatas
Dá mais sentido à vida
Apesar da fome que morre e mata.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Novembro raro
A chuva como de costume
Faz o seu papel
Cai das nuvens
Suspensas no céu
Suspense no ar
Novembro raro
Eclipses solar e lunar
Sob o signo de sagitário
As roupas atraiçoam
Nada mais é imaginário
Desnudam-se as pessoas
Cadeiras e moscas mudam de lugar.
Faz o seu papel
Cai das nuvens
Suspensas no céu
Suspense no ar
Novembro raro
Eclipses solar e lunar
Sob o signo de sagitário
As roupas atraiçoam
Nada mais é imaginário
Desnudam-se as pessoas
Cadeiras e moscas mudam de lugar.
sábado, 19 de novembro de 2011
Tempo de espanto
Séculos antes da elegia para a ecologia
e do estado sacro da hipocrisia
os índios já tinham se civilizado
os rios, límpidos, corriam
os ritos e mitos estavam longe de virarem manias
e o mundo dito selvagem ao seu modo era organizado.
Eu nutro intuitivamente um banzo
pelos dias de antanho
e o tempo me dissolve
para um tipo de tempo de espanto
de quando tudo era em preto e branco
eu existo antes de mil novecentos e setenta e nove.
e do estado sacro da hipocrisia
os índios já tinham se civilizado
os rios, límpidos, corriam
os ritos e mitos estavam longe de virarem manias
e o mundo dito selvagem ao seu modo era organizado.
Eu nutro intuitivamente um banzo
pelos dias de antanho
e o tempo me dissolve
para um tipo de tempo de espanto
de quando tudo era em preto e branco
eu existo antes de mil novecentos e setenta e nove.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O que a noite me traz
Estou gostando de ficar aqui
Depois de um frenético ano
A casa começa a morar em mim
E às novas mobílias vou me acostumando
Bem como a varanda virando jardim
Chamariz de pássaros e proteção do meu canto
Vou teclando o que a noite me traz
Sem que eu veja as teclas sujas de cerveja
Daqui a pouco acendo os castiçais
E derrubo os castelos de areia
Enquanto a lágrima não cai
Senão enlameia
Depois de um frenético ano
A casa começa a morar em mim
E às novas mobílias vou me acostumando
Bem como a varanda virando jardim
Chamariz de pássaros e proteção do meu canto
Vou teclando o que a noite me traz
Sem que eu veja as teclas sujas de cerveja
Daqui a pouco acendo os castiçais
E derrubo os castelos de areia
Enquanto a lágrima não cai
Senão enlameia
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
O sonho é o lugar
O brilho do olhar
Pode ficar a qualquer instante
Fosco e sombrio
Aonde eu for andar
Por mais que seja distante
Um dia atinjo
O sonho é o lugar
Em que o depois se funde com o antes
Gerando o agora contínuo
Enquanto eu respirar
Nada será asfixiante
Apesar do salário mínimo.
Pode ficar a qualquer instante
Fosco e sombrio
Aonde eu for andar
Por mais que seja distante
Um dia atinjo
O sonho é o lugar
Em que o depois se funde com o antes
Gerando o agora contínuo
Enquanto eu respirar
Nada será asfixiante
Apesar do salário mínimo.
sábado, 5 de novembro de 2011
Alguma vantagem
É um mundo selvagem
vendem-se as almas
e vendam-se os olhos
achando haver alguma vantagem
É uma cidade caótica
moramos em jaulas
à espera do espólio
julgando ser uma boa troca.
vendem-se as almas
e vendam-se os olhos
achando haver alguma vantagem
É uma cidade caótica
moramos em jaulas
à espera do espólio
julgando ser uma boa troca.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Outros tempos
Boa tarde, devo confessar
que estou com menos medo
e nem me sinto no mar
puxando água como cabelo
além das memórias absurdas
São outros tempos
agora há mais poros
e poucos impedimentos
o bom senso é o melhor protocolo
ontem ou anteontem foi o dia das bruxas.
que estou com menos medo
e nem me sinto no mar
puxando água como cabelo
além das memórias absurdas
São outros tempos
agora há mais poros
e poucos impedimentos
o bom senso é o melhor protocolo
ontem ou anteontem foi o dia das bruxas.
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