quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

São pessoas

 


São pessoas do banzo que choram

Uma lágrima dropa e vira dupla

Várias páginas que adubam

As bases, os trânsitos e os treinos

Diuturnos, sem panos nem extremos


São pessoas do banco que olham

Das frases dúbias 

Às fases de dúvidas

Alarmes estranhos de incêndios

De estúdios e de planos que não demos


São pessoas do banho que demoram

Cada segundo dura

Um comando que educa

As artes aonde vamos com os venenos

De Marte, do mundo e de Vênus


São pessoas do bando que cobram

Fazendo farofa da duna 

Dose não quer dizer uma ducha 

Milagres e quebrantos nos silêncios 

Tão profundos que quebramos e vemos.



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Fúria oculta


Comunhão incomum

Loquacidade incomunicável 

É louvável a recordação

Do recurso da respiração

Quando não está fácil 


Haverá flecha, tendo bambu

Soa falso fazer o coração 

Com os dedos das mãos 

Ásperas de medo

Da bomba, do brinquedo 


As aspas do rebu

Não tiram as palavras 

Da minha tirania ou autoria

No berro livre, plácida arruaça 

Na rua, na praça, na auditoria


Rumo a lugar nenhum

A paciência é a fúria oculta

Na indiferença, na unha

Nas rimas que ficam

Remando no raso, na praia.



domingo, 10 de dezembro de 2023

Se você

 


Se você acha

Que só tem a mesma cara

Quem faz a barba

De forma diária


Se você pensa

Que o cromo compensa 

A cor da desistência 

Por falta de força e crença


Se você deduz

Que não há luz

Nem céus azuis 

Para os seus tabus


Se você supõe 

Que não tem sobrenome 

Nem sobremesa para a fome

Azeda que não some


Se você infere

Que salvará a sua pele

Em plena febre

Da falsidade alegre


Se você concorda 

Que está curta a corda

Curta a vida toda

Porque não se recruta a volta.



domingo, 3 de dezembro de 2023

Não aperte



Não aperte

A minha mente

Nem me acerte

As costas ou de frente 

Se perder a aposta


Talvez aperte a dor

Talvez alerte a minha mão

Ou somente o botão 

Do elevador

Sem abrir a porta


Para qualquer andar

O centésimo, o térreo 

A casa de máquinas, a cobertura 

A mágica pra não me torrar

O cérebro na abertura


Não venha me apertar 

A mente, aventura 

Já basta a minha própria 

Ala paranoica na avenida e na rua

Aba clara do mistério.