Dançando com as bestas
Pensando que é uma festa
Este calvário que jaz
Na sexta geração
A fome posta à mesa
Festival de gastronomia e de jazz
Não tem filosofia que se meça
Ou que peça demissão
Caso não tenha comida para a cabeça
Não se faz revolução
O clima parece tão suave
Que o copo se parte
Tirar leite da perda
É tiro e queda
Tirolesa sem cinto
Sobre a festa
Com temática de abismo
Eu vou nessa
Estrada cujo destino
Meu coração atravessa
Sujo de poeira, poesia e perigo
Sem mais delongas
Nem alegres tristezas
Tudo vai e vem em ondas
Questão de frequência
A caminhada é longa
A chegada do viajante
Embora se esconda
Está mais perto do que antes
O caos se instala
Na casa, na nave redonda,
No meio da sala
O avião passa
Rente ao prédio
Ao passo que o vizinho põe as
Gaiolas no gancho do teto.