Ainda que numa quinta
Na antevéspera da dramaturgia
Social e natalina
Gostaria de ouvir novamente
As segundas contentes
Seguras e inconsequentes
Ainda que na esquina
Da avenida com a rodovia
Federal para a Bahia
Já estou dissolvido
Neste limpo combustível
Da pilha de passar o ano novo vivo.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Rio por dentro
Quando parece que está quase
No final
E aparece uma frase
De humor tão fino
Que perece por ser de praxe
Rio por dentro
E eu vou morando em mais de uma casa
Sob o mesmo ritual
Mas com as mancadas menos crassas
Assim não me entusiasmo nem me irrito
Tanto a ponto de deixar cansada
A alma que me acalma com o tempo.
No final
E aparece uma frase
De humor tão fino
Que perece por ser de praxe
Rio por dentro
E eu vou morando em mais de uma casa
Sob o mesmo ritual
Mas com as mancadas menos crassas
Assim não me entusiasmo nem me irrito
Tanto a ponto de deixar cansada
A alma que me acalma com o tempo.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Contínuo presente
No solo são
Lançadas as sementes
Para a solução
Uma saída diferente
Mesmo na escuridão
Ela sempre esteve à minha frente
Para o sol
Nascendo diariamente
Estou, sendo, sou
Contínuo presente
Aonde vou
Eu me levo em coração e mente
Embora pareça
Que eu perdi os óculos
Não vejo isso como perda
Mas com novos olhos.
Lançadas as sementes
Para a solução
Uma saída diferente
Mesmo na escuridão
Ela sempre esteve à minha frente
Para o sol
Nascendo diariamente
Estou, sendo, sou
Contínuo presente
Aonde vou
Eu me levo em coração e mente
Embora pareça
Que eu perdi os óculos
Não vejo isso como perda
Mas com novos olhos.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Coisas da idade
Mais do que saudade
Nutro uma curiosidade
Sobre o meu passado
Quando a responsabilidade
Era apenas ser aprovado
Para aproveitar as férias
De três meses, ou seja, eternas
Para quem a vida era uma festa
Agora sou movido pela ansiedade
E pela insatisfação
Penso que são coisas da idade
Ou da minha revolução
Que não precisa ser da sociedade
Nem da televisão
Mais do que nostalgia
Tenho ânsia da alegria
Da minha infância
Jogando bola descalço
Na quadra da vizinhança
E nas ruas do bairro proletário
O futebol só se interrompia
Quando passava algum carro
Fato raro, friso, salvo
Os churrascos feitos pelo meu pai
Regados a caipirinha e Mineirinho
Que meu avô tinha em engradados
E os papos na calçada com os vizinhos
Quando o sol ficava alaranjado?
As lágrimas são tão polidas
Que fazem abrigo das palavras
Pra não afogarem a poesia
Que nada, que nada, que nada...
Nutro uma curiosidade
Sobre o meu passado
Quando a responsabilidade
Era apenas ser aprovado
Para aproveitar as férias
De três meses, ou seja, eternas
Para quem a vida era uma festa
Agora sou movido pela ansiedade
E pela insatisfação
Penso que são coisas da idade
Ou da minha revolução
Que não precisa ser da sociedade
Nem da televisão
Mais do que nostalgia
Tenho ânsia da alegria
Da minha infância
Jogando bola descalço
Na quadra da vizinhança
E nas ruas do bairro proletário
O futebol só se interrompia
Quando passava algum carro
Fato raro, friso, salvo
Os churrascos feitos pelo meu pai
Regados a caipirinha e Mineirinho
Que meu avô tinha em engradados
E os papos na calçada com os vizinhos
Quando o sol ficava alaranjado?
As lágrimas são tão polidas
Que fazem abrigo das palavras
Pra não afogarem a poesia
Que nada, que nada, que nada...
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Uma paz
A poeira do asfalto
E a buzina dos carros
Não são mais visitas indesejadas
Na minha nova casa
No final da Doutor Sardinha
Apesar do policiamento
Dos olhos das vidraças
Estou curtindo o apartamento
E as cervejas baratas
Das biroscas vizinhas
No Alto Santa Rosa
Cercado de arquiteturas
Antigas e de agora
Observo porcos na rua
E uma paz que há tempos não tinha.
E a buzina dos carros
Não são mais visitas indesejadas
Na minha nova casa
No final da Doutor Sardinha
Apesar do policiamento
Dos olhos das vidraças
Estou curtindo o apartamento
E as cervejas baratas
Das biroscas vizinhas
No Alto Santa Rosa
Cercado de arquiteturas
Antigas e de agora
Observo porcos na rua
E uma paz que há tempos não tinha.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Depois de um gesto de amor
Quando o conhecimento
Adquirido em enciclopédias
For útil pro orçamento
Ficarei mais calmo na selva de pedra?
A torneira é homeopática
Tanto quanto a chuva
É-me uma tarefa ingrata
Tirar o gelo sem virar o recipiente pra pia suja
O ar condicionado volta
A funcionar por vontade própria
Depois de um gesto de amor
E eu manuscrevo de cócoras
Fazendo de mesa onde deixo o cocô
Porque eu respiro agora.
Adquirido em enciclopédias
For útil pro orçamento
Ficarei mais calmo na selva de pedra?
A torneira é homeopática
Tanto quanto a chuva
É-me uma tarefa ingrata
Tirar o gelo sem virar o recipiente pra pia suja
O ar condicionado volta
A funcionar por vontade própria
Depois de um gesto de amor
E eu manuscrevo de cócoras
Fazendo de mesa onde deixo o cocô
Porque eu respiro agora.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Como como
A realidade é crua
E eu gosto dela bem passada
Aos dentes do presente que tritura
O futuro vindo aparentemente do nada
Em qualquer horário
Contanto que esteja em ponto
Inclusive o próprio atraso
Que não hesita em contar como como
As cordas no pescoço
As algemas nos pulsos
As cédulas no bolso
E os perigos do impulso
Não me negarão uma realidade com recheio
De sonhos que não sejam os da confeitaria
Mas feitos com aquele tempero
Preparado pelo tempo em fatias de dias.
E eu gosto dela bem passada
Aos dentes do presente que tritura
O futuro vindo aparentemente do nada
Em qualquer horário
Contanto que esteja em ponto
Inclusive o próprio atraso
Que não hesita em contar como como
As cordas no pescoço
As algemas nos pulsos
As cédulas no bolso
E os perigos do impulso
Não me negarão uma realidade com recheio
De sonhos que não sejam os da confeitaria
Mas feitos com aquele tempero
Preparado pelo tempo em fatias de dias.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Sociabilidades
Não sou eunuco
Embora não possua mais saco
Para sociabilidades cujos
Sorrisos programados
Não escondem os dentes sujos
De vinho tinto e barato
De miolos do pão
E do cérebro cenográfico
Além das pedras
Rolam os ossos
E várias merdas
Longe dos olhos
Vidrados nas moedas
Tenho medo dos bons modos
E dos apertos de mãos
Fracos, frios e frouxos.
Embora não possua mais saco
Para sociabilidades cujos
Sorrisos programados
Não escondem os dentes sujos
De vinho tinto e barato
De miolos do pão
E do cérebro cenográfico
Além das pedras
Rolam os ossos
E várias merdas
Longe dos olhos
Vidrados nas moedas
Tenho medo dos bons modos
E dos apertos de mãos
Fracos, frios e frouxos.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Chega
Pra mim chega
Uma ideia
Que ninguém tem ideia
De como vem ela
Chega pra mim
Um insight nada light
É tão pesado o danado
Que só acalmo em versos
Eu moro numa rua
Que tem estrada
No nome do vereador
Ver é a dor.
Uma ideia
Que ninguém tem ideia
De como vem ela
Chega pra mim
Um insight nada light
É tão pesado o danado
Que só acalmo em versos
Eu moro numa rua
Que tem estrada
No nome do vereador
Ver é a dor.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
A vida
A vida não é só
Trabalho
Horário
Prazo
E outros assuntos
Que no fundo são rasos
A vida é cada sol
Que se iça
E se põe
Aliás, é mais do que isso:
É aço, osso e essa fome
De urso, fácil e difícil
A vida pode ser melhor
Do que se reflete
Através do espelho
Da televisão e da internet
E do próprio cerebelo
A vida segue, convida e consegue.
Trabalho
Horário
Prazo
E outros assuntos
Que no fundo são rasos
A vida é cada sol
Que se iça
E se põe
Aliás, é mais do que isso:
É aço, osso e essa fome
De urso, fácil e difícil
A vida pode ser melhor
Do que se reflete
Através do espelho
Da televisão e da internet
E do próprio cerebelo
A vida segue, convida e consegue.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Poetas e atletas
Nasceram no mesmo ano
Os librianos
Edson Arantes do Nascimento
E John Lennon
Gênio no pé
O rei Pelé
Genioso pela paz
O beatle, o mito, o rapaz
Ambos poetas
No campo
E atletas
Do encanto
Septuagenários e pra sempre no imaginário popular
Pra gente pular ao som, no máximo volume,
Do soco radiofônico no ar
E no estômago dos ditos bons costumes
Eu quero ver gol
De ploc, de placa
De rock and roll
Do que não se aplaca
Imagine o mundo como só uma torcida
No segundo tempo da prorrogação
Da partida pela vida bem distribuída
Pela chegada da revolução.
Os librianos
Edson Arantes do Nascimento
E John Lennon
Gênio no pé
O rei Pelé
Genioso pela paz
O beatle, o mito, o rapaz
Ambos poetas
No campo
E atletas
Do encanto
Septuagenários e pra sempre no imaginário popular
Pra gente pular ao som, no máximo volume,
Do soco radiofônico no ar
E no estômago dos ditos bons costumes
Eu quero ver gol
De ploc, de placa
De rock and roll
Do que não se aplaca
Imagine o mundo como só uma torcida
No segundo tempo da prorrogação
Da partida pela vida bem distribuída
Pela chegada da revolução.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Dentro de alguns
Dentro de alguns dias
Será mais longo
O meu caminho entre a padaria
E o ponto de ônibus
Dentro de alguns segundos
Baixarei qualquer verso
Palavras de outros mundos
Tão pertos quanto secretos
Dentro de alguns foras
Acatarei cada tonelada do acaso
Como um ingrediente que revigora
A minha dieta de esfomeado
Dentro de alguns interiores
Decorarei, além do poema e da senha,
A casa inteira com cores
Que ninguém quase desenha.
Será mais longo
O meu caminho entre a padaria
E o ponto de ônibus
Dentro de alguns segundos
Baixarei qualquer verso
Palavras de outros mundos
Tão pertos quanto secretos
Dentro de alguns foras
Acatarei cada tonelada do acaso
Como um ingrediente que revigora
A minha dieta de esfomeado
Dentro de alguns interiores
Decorarei, além do poema e da senha,
A casa inteira com cores
Que ninguém quase desenha.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Da corrida do ouro
Eu jamais pedi
Para estar dentro
Da corrida do ouro
Se não tiver fim
O sonho sonolento
Não abro meu tesouro
Não sei se ganhei ou perdi
Gás, nome e tempo
Tudo ainda é tão pouco
Não quero me ater aqui
A este exato momento
Quando vou ficar forro?
Para estar dentro
Da corrida do ouro
Se não tiver fim
O sonho sonolento
Não abro meu tesouro
Não sei se ganhei ou perdi
Gás, nome e tempo
Tudo ainda é tão pouco
Não quero me ater aqui
A este exato momento
Quando vou ficar forro?
sábado, 16 de outubro de 2010
Com uma curiosidade cara
No dia de hoje
Não haverá meia-noite
Aliás nunca houve
Nem amanhã nem ontem
Poucas pessoas e peças
Neste horário deverão
Estar menos possessas
E possessivas com o que é vão
Eu olho para as caras
De todos os transeuntes
Com uma curiosidade cara
Igual à das nuvens.
Não haverá meia-noite
Aliás nunca houve
Nem amanhã nem ontem
Poucas pessoas e peças
Neste horário deverão
Estar menos possessas
E possessivas com o que é vão
Eu olho para as caras
De todos os transeuntes
Com uma curiosidade cara
Igual à das nuvens.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Na fissura da vontade
Embora não saiba
Do que tenho falta
Eu sei que sinto
Feito uma calça
Que cai na calçada
Apesar do cinto
Faz lembrar saudade
De qualquer idade
Passada ou futura
Na fissura da vontade
Esta lacuna sabe
Tanto quanto eu, como nunca.
Do que tenho falta
Eu sei que sinto
Feito uma calça
Que cai na calçada
Apesar do cinto
Faz lembrar saudade
De qualquer idade
Passada ou futura
Na fissura da vontade
Esta lacuna sabe
Tanto quanto eu, como nunca.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
E não foi em nenhum filme
Aparentemente inatas
E inflexíveis
As regras estão ultrapassadas
E não foi em nenhum filme
À tarde ou na madrugada
Que me admirei livre
Para participar do jogo
Sem cartas marcadas
Nada tão a ferro e fogo
Que me deixe as mãos atadas
Com as ideias no lodo
Ao lado de estratégias erradas
E inflexíveis
As regras estão ultrapassadas
E não foi em nenhum filme
À tarde ou na madrugada
Que me admirei livre
Para participar do jogo
Sem cartas marcadas
Nada tão a ferro e fogo
Que me deixe as mãos atadas
Com as ideias no lodo
Ao lado de estratégias erradas
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
A utopia e a apatia
Entre a utopia e a apatia
Reclamo da realidade
E clamo por poesia
Em vez de declamá-la
Por vaidade na vala
Da necessidade
Eu me proclamo
Via telepatia
Vassalo e suserano
Do meu território
No ar transitório.
Reclamo da realidade
E clamo por poesia
Em vez de declamá-la
Por vaidade na vala
Da necessidade
Eu me proclamo
Via telepatia
Vassalo e suserano
Do meu território
No ar transitório.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Para ver como são as coisas
Para ver como são as coisas
Talvez seja preciso ser
Como enxergam as bolsas
Ainda que não possam ver
Por algum código
Eu quero morar longe
Da cidade grande
Fora dela é onde
Fico menos distante
Dos meus olhos.
Talvez seja preciso ser
Como enxergam as bolsas
Ainda que não possam ver
Por algum código
Eu quero morar longe
Da cidade grande
Fora dela é onde
Fico menos distante
Dos meus olhos.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Sinfonia de obra
Sem disciplina militar
e outras lobotomias
para eu me delimitar
quero extrair a poesia
como quem quer sacar
leite da mamadeira de pedrita
pior do que áudio de televisão
só sinfonia de obra
em sintonia com a minha diversão
e a ganância quintuplica, não mais dobra
a violência e a poluição
do que ainda sobra.
e outras lobotomias
para eu me delimitar
quero extrair a poesia
como quem quer sacar
leite da mamadeira de pedrita
pior do que áudio de televisão
só sinfonia de obra
em sintonia com a minha diversão
e a ganância quintuplica, não mais dobra
a violência e a poluição
do que ainda sobra.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Utensílios do ar
Ao faiscar o foco
Sobre a minha cuca
Vai se estender o fogo
E não correrei em fuga
Há escassas verbas
Ao orçamento verbal
E questões adversas
Quando o sol não está vertical
Eu preciso encaixotar
Livros, discos, registros
E outros utensílios do ar
Para mudar de domicílio.
Sobre a minha cuca
Vai se estender o fogo
E não correrei em fuga
Há escassas verbas
Ao orçamento verbal
E questões adversas
Quando o sol não está vertical
Eu preciso encaixotar
Livros, discos, registros
E outros utensílios do ar
Para mudar de domicílio.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Alguém me dirá quando souber?
Não sei ainda o que me alimenta
Fé?
Paciência?
Alguém me dirá quando souber?
Não sigo dogmas
Nem os meus passos
Em falso, nas poças
Da Avenida Passos.
Não sou jocoso
Em todos os instantes
Também consigo ter o espírito oco
Para não encher o saco dos escrotos e ignorantes.
Fé?
Paciência?
Alguém me dirá quando souber?
Não sigo dogmas
Nem os meus passos
Em falso, nas poças
Da Avenida Passos.
Não sou jocoso
Em todos os instantes
Também consigo ter o espírito oco
Para não encher o saco dos escrotos e ignorantes.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Náufragos em alvoroço
No horário do almoço
Ou de algo que o valha
Náufragos em alvoroço
Para respirar a alvorada
Chegando aos poucos
E a poucos do campo e da praia
Eu sou do tempo
Em que os canudos
De qualquer estabelecimento
Não tinham cartucho
De papel higiênico
E não ficavam sujos
Diante da ausência
De versos espirituosos
E palavras intensas
Acho que faço o que posso
Apesar da serotonina pequena
E da carne oculta nos ossos.
Ou de algo que o valha
Náufragos em alvoroço
Para respirar a alvorada
Chegando aos poucos
E a poucos do campo e da praia
Eu sou do tempo
Em que os canudos
De qualquer estabelecimento
Não tinham cartucho
De papel higiênico
E não ficavam sujos
Diante da ausência
De versos espirituosos
E palavras intensas
Acho que faço o que posso
Apesar da serotonina pequena
E da carne oculta nos ossos.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Mil relógios
Careço viver sem medo
Da vida, da morte
E das bondades que cometo
A realidade morde
Quem não acorda cedo
Até quem não dorme
Não servem elogios
Ao ego em renúncia
Em troca de mil relógios
No intuito de que nunca
Chegue agora logo
Neste dia de segunda.
Da vida, da morte
E das bondades que cometo
A realidade morde
Quem não acorda cedo
Até quem não dorme
Não servem elogios
Ao ego em renúncia
Em troca de mil relógios
No intuito de que nunca
Chegue agora logo
Neste dia de segunda.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Da pacata beligerância
Não gosto de agir
Como se estivesse sob câmeras
Quando a ideia surgir
Junto com a luz da lâmpada
Não vou guardá-la pra mim
Gritando da varanda
Num horário jamais ruim
Para toda a vizinhança
De terno, de tailleur ou de jeans
Antes que seja lá pelas tantas
Um detalhe pode ser o estopim
Da pacata beligerância
Para saber enfim
A quantas anda
A tática do motim
Nesta alma estática que comigo dança
Apesar do boletim
De notas nefandas
Não será sempre assim
Até porque cansa.
Como se estivesse sob câmeras
Quando a ideia surgir
Junto com a luz da lâmpada
Não vou guardá-la pra mim
Gritando da varanda
Num horário jamais ruim
Para toda a vizinhança
De terno, de tailleur ou de jeans
Antes que seja lá pelas tantas
Um detalhe pode ser o estopim
Da pacata beligerância
Para saber enfim
A quantas anda
A tática do motim
Nesta alma estática que comigo dança
Apesar do boletim
De notas nefandas
Não será sempre assim
Até porque cansa.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Praia nova
A roda é viva
Às vezes por baixo
Noutras por cima
Da depressão ao entusiasmo
Assim é a vida
Com renascenças e suicídios diários
Tudo se contorna
A água ferve
E quando não evapora
Arrefece
Depois de ficar morna
Temperatura de pele
A moda é cíclica
O que era clássico
Pode ser alvo de críticas
O que tinha tudo pra ser um fiasco
Bomba nas mídias
Impressas e digitais, até nos classificados
Eu nunca soube
O quão me consola
A linha do horizonte
De uma praia nova
Aos olhos de ontem
Um colírio de hoje melhora.
Às vezes por baixo
Noutras por cima
Da depressão ao entusiasmo
Assim é a vida
Com renascenças e suicídios diários
Tudo se contorna
A água ferve
E quando não evapora
Arrefece
Depois de ficar morna
Temperatura de pele
A moda é cíclica
O que era clássico
Pode ser alvo de críticas
O que tinha tudo pra ser um fiasco
Bomba nas mídias
Impressas e digitais, até nos classificados
Eu nunca soube
O quão me consola
A linha do horizonte
De uma praia nova
Aos olhos de ontem
Um colírio de hoje melhora.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Prenhe
Só vou parar de chutar
A sombra minha
Quando o meu sol chegar
Ao meio-dia
Ainda que eu experimente
Os pontapés por dentro
Feito prenhe
De mim mesmo
Cujo nascimento
Não se calcula
Nos nove meses de praxe
Nem de forma prematura
É uma fase
Em que o tempo
Precisa de um tempo
Mais do que eu, quem sabe
Para me dar à claridade
Enquanto rola nada, nado ao vento.
A sombra minha
Quando o meu sol chegar
Ao meio-dia
Ainda que eu experimente
Os pontapés por dentro
Feito prenhe
De mim mesmo
Cujo nascimento
Não se calcula
Nos nove meses de praxe
Nem de forma prematura
É uma fase
Em que o tempo
Precisa de um tempo
Mais do que eu, quem sabe
Para me dar à claridade
Enquanto rola nada, nado ao vento.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Neste ânus de eleição
Muitas janelas abertas
Menos na casa
Do que na tela
E as portas andam trancadas
Os pés danificam tênis
De poucas semanas
Quando me entendem
Viro um cara bacana
Está difícil ter ereção
Por qualquer candidato
Neste ânus de eleição
Pinta mais cachorro do que mato.
Menos na casa
Do que na tela
E as portas andam trancadas
Os pés danificam tênis
De poucas semanas
Quando me entendem
Viro um cara bacana
Está difícil ter ereção
Por qualquer candidato
Neste ânus de eleição
Pinta mais cachorro do que mato.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Café, água e migalhas
Preste atenção
Não me empreste tensão
Que já me é gratuita
Com tanta labuta
Eu me sinto num filme de terror
Quando fico de mau humor
E torço pra que o tempo corra
E escorra esta porra
No ônibus do mesmo rumo
Catatônico, leio e durmo
Compensando as horas pagas
Por café, água e migalhas.
Não me empreste tensão
Que já me é gratuita
Com tanta labuta
Eu me sinto num filme de terror
Quando fico de mau humor
E torço pra que o tempo corra
E escorra esta porra
No ônibus do mesmo rumo
Catatônico, leio e durmo
Compensando as horas pagas
Por café, água e migalhas.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O que eu sei
Entre a loucura
E a cura
O que eu sei
É a procura
Em ginásios
E estádios
Eu já joguei
E também no rádio
Com os acessos
Obscuros e acesos
Feito um rei
Pelo avesso.
E a cura
O que eu sei
É a procura
Em ginásios
E estádios
Eu já joguei
E também no rádio
Com os acessos
Obscuros e acesos
Feito um rei
Pelo avesso.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
A sede e o incêndio
Para quem encontra
Harmonia no tumulto
Uma ração de bagunça
Para quem compra
Alegria no insulto
Um instante de nunca
Eu sempre postergo
O que me antecipa
Hoje eu retiro o lixo e outros egos
Da minha mochila
Talvez eu navegue
Mais leve e higiênico
Não é qualquer água que debele
A sede e o incêndio
Para quem conta
Com a agonia no futuro
Um degelo de segunda
Para quem se assombra
Todos os dias com tudo
Um ósculo na nuca.
Harmonia no tumulto
Uma ração de bagunça
Para quem compra
Alegria no insulto
Um instante de nunca
Eu sempre postergo
O que me antecipa
Hoje eu retiro o lixo e outros egos
Da minha mochila
Talvez eu navegue
Mais leve e higiênico
Não é qualquer água que debele
A sede e o incêndio
Para quem conta
Com a agonia no futuro
Um degelo de segunda
Para quem se assombra
Todos os dias com tudo
Um ósculo na nuca.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
O fluxo das coisas
Doando roupas
Que não uso mais
Descongestiona o fluxo das coisas
Casuais e espirituais
Ouvindo as pessoas
De conselhos astrais
Deixo as peçonhas
E os receios para trás
Ando na mística rodovia
Sob um luar cheio
De factíveis utopias
Desprovidas de freio
Dos ultrapassados dias
Agora é um novo passeio
Onde os pés se dissipam
Dentro do sereno espesso.
Que não uso mais
Descongestiona o fluxo das coisas
Casuais e espirituais
Ouvindo as pessoas
De conselhos astrais
Deixo as peçonhas
E os receios para trás
Ando na mística rodovia
Sob um luar cheio
De factíveis utopias
Desprovidas de freio
Dos ultrapassados dias
Agora é um novo passeio
Onde os pés se dissipam
Dentro do sereno espesso.
sábado, 24 de julho de 2010
Esse mundo
Esse mundo me quebra
E eu me ergo
Saltando feito zebra
Preto e branco, sem ego
Em vez da faca
De carne, a de manteiga
Do leite puro da vaca
Na manhã meiga
Eu deveria ler mais Clarice
E curto muito o espanto
Poético diante da crise
Exceto quando janto
Eu sou grato aos meus pais
Jane e Jorge
Não posso reclamar jamais
São joviais e me dão sorte.
E eu me ergo
Saltando feito zebra
Preto e branco, sem ego
Em vez da faca
De carne, a de manteiga
Do leite puro da vaca
Na manhã meiga
Eu deveria ler mais Clarice
E curto muito o espanto
Poético diante da crise
Exceto quando janto
Eu sou grato aos meus pais
Jane e Jorge
Não posso reclamar jamais
São joviais e me dão sorte.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Meu baluarte
Certamente equivocado
Vou fazendo arte
Sem nenhum cuidado
Da minha parte
Mas com todo o amparo
Da poesia, meu baluarte.
Equivocadamente certo
Das minhas atitudes
Atrás de qualquer mérito
Para que a sorte mude
Ficando só um pouco mais perto
De mim ao descer das nuvens.
Vou fazendo arte
Sem nenhum cuidado
Da minha parte
Mas com todo o amparo
Da poesia, meu baluarte.
Equivocadamente certo
Das minhas atitudes
Atrás de qualquer mérito
Para que a sorte mude
Ficando só um pouco mais perto
De mim ao descer das nuvens.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Um pouco fora do corpo
Para a nota não voar
Eu tranco a janela
Ou abocanho todo o ar
Quando não ponho no bolso
Em pleno voo
Embora manuscrito
Num dia que já era
Eu sinto ainda comigo
Sustentando como osso
Não mais roo
Mesmo que não me lembre
Das noites feéricas
Eu amanheço sempre
Um pouco fora do corpo
Apesar do enjoo.
Eu tranco a janela
Ou abocanho todo o ar
Quando não ponho no bolso
Em pleno voo
Embora manuscrito
Num dia que já era
Eu sinto ainda comigo
Sustentando como osso
Não mais roo
Mesmo que não me lembre
Das noites feéricas
Eu amanheço sempre
Um pouco fora do corpo
Apesar do enjoo.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Piso
Se odeio
Amo
Piso em olhos
Sangrando
Se deixo
Chamo
Piso em ovos
Por todos os cantos
Se perco
Ganho
Piso em novos
Óbitos estranhos.
Amo
Piso em olhos
Sangrando
Se deixo
Chamo
Piso em ovos
Por todos os cantos
Se perco
Ganho
Piso em novos
Óbitos estranhos.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Eu me lembro de quando
Bebendo com a mãe em casa
Eu me lembro de quando
Escrevia tentativas, cartas
E outros memorandos
Pulverizados pelo correio eletrônico
Ouvindo canções de priscas eras
Eu me lembro de quando
Gravava do rádio o repertório da festa
Cuja maior rebeldia era, às onze e tanto,
Sair de lá pensando no amor platônico.
Eu me lembro de quando
Escrevia tentativas, cartas
E outros memorandos
Pulverizados pelo correio eletrônico
Ouvindo canções de priscas eras
Eu me lembro de quando
Gravava do rádio o repertório da festa
Cuja maior rebeldia era, às onze e tanto,
Sair de lá pensando no amor platônico.
Da atividade invisível
Basta andar para sair
De qualquer inércia
Da atividade invisível
Diferente da matéria
Basta parar para si
Sem nenhuma pressa
O tempo é infinito
No relógio de quem espera.
De qualquer inércia
Da atividade invisível
Diferente da matéria
Basta parar para si
Sem nenhuma pressa
O tempo é infinito
No relógio de quem espera.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Resistindo aos embargos
Eu exonero o sucesso
Que não alimenta meu âmago
Tampouco me dá sossego
Ao que almejo e demando
Eu tenho fome de nuvem
E sou sedento de brisa
Não se trata de fast-food
Muito menos de status ou camisa
Enquanto eu não embarco
De vez no disco voador
Vou resistindo aos embargos
Com algum resíduo de bom humor.
Que não alimenta meu âmago
Tampouco me dá sossego
Ao que almejo e demando
Eu tenho fome de nuvem
E sou sedento de brisa
Não se trata de fast-food
Muito menos de status ou camisa
Enquanto eu não embarco
De vez no disco voador
Vou resistindo aos embargos
Com algum resíduo de bom humor.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Por soberba
Trocando uns textos digitados
E monografias revisadas
Por cerveja
Vou sobrevivendo
Com a certeza
De que não existe uma só
Dados são sempre jogados
E as mochilas, revistadas
Por soberba
Tento somar o que vem me detendo
Feito lesma
Sob o inclemente sol.
E monografias revisadas
Por cerveja
Vou sobrevivendo
Com a certeza
De que não existe uma só
Dados são sempre jogados
E as mochilas, revistadas
Por soberba
Tento somar o que vem me detendo
Feito lesma
Sob o inclemente sol.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Sempre depois
Sempre depois que sobra mês
Eu perco a direção
E quase saio dos trilhos
Sempre depois que sopram vocês
Eu lhes dou atenção
E danço intranquilo
Sempre depois me soca a sensatez
Ou então uma náufraga razão
Onde de mim eu me ilho.
Eu perco a direção
E quase saio dos trilhos
Sempre depois que sopram vocês
Eu lhes dou atenção
E danço intranquilo
Sempre depois me soca a sensatez
Ou então uma náufraga razão
Onde de mim eu me ilho.
domingo, 13 de junho de 2010
Submarinos suspensos
Quando fica muito profundo
Eu não quero me afogar
Já basta o meu mundo
Onde não posso boiar
Sempre penso na adolescência
Como o melhor lugar
Nesta hora, são saudades apenas
Para eu me lembrar
A minha letra muda de tempo
Em tombos menos ao digitar
Tudo quanto venho recebendo
Dos submarinos suspensos no ar.
Eu não quero me afogar
Já basta o meu mundo
Onde não posso boiar
Sempre penso na adolescência
Como o melhor lugar
Nesta hora, são saudades apenas
Para eu me lembrar
A minha letra muda de tempo
Em tombos menos ao digitar
Tudo quanto venho recebendo
Dos submarinos suspensos no ar.
sábado, 5 de junho de 2010
O essencial e os acessórios
De fato é um fato
Que não acontece às vezes
Como ter injetado
Todos os saberes
Do almanaque do pensamento.
Na verdade é ilusório
Crer que só o dinheiro compra
O essencial e os acessórios
Sob sóis e sombras
Devido ao tédio, sou boêmio.
Que não acontece às vezes
Como ter injetado
Todos os saberes
Do almanaque do pensamento.
Na verdade é ilusório
Crer que só o dinheiro compra
O essencial e os acessórios
Sob sóis e sombras
Devido ao tédio, sou boêmio.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Há hectolitros de tempo
Toda vez que contemplo
Eu desperdiço menos
Acabei de ter um sonho
Com pessoas que não encontro
Há hectolitros de tempo
Bebi até ficar tonto
A cratera acresce de diâmetro
E o cotidiano de espantos
Acabei de pensar no desespero
De me ver inerte e velho
Alquebrado por desenganos
Dispensei até ficar incerto.
Eu desperdiço menos
Acabei de ter um sonho
Com pessoas que não encontro
Há hectolitros de tempo
Bebi até ficar tonto
A cratera acresce de diâmetro
E o cotidiano de espantos
Acabei de pensar no desespero
De me ver inerte e velho
Alquebrado por desenganos
Dispensei até ficar incerto.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Levemente densa
Eu ainda penso em viver
Só de escrever
E nunca deixar de viver
Só para escrever
Não é que a escrita
Não leve vida
É levemente densa
A literatura em vivência.
Só de escrever
E nunca deixar de viver
Só para escrever
Não é que a escrita
Não leve vida
É levemente densa
A literatura em vivência.
terça-feira, 1 de junho de 2010
O caminho do e-mail
Embora Niterói esteja cada vez mais na vertical
Vertiginosamente sem ética nem rodeios
Sonho em ficar na horizontal
Para edificar o caminho do e-mail
Enquanto a telepatia não é total
Ninguém entende para o que veio
Todo mundo se esconde
Tudo conspira em cuidados
Viajando para abraçar o horizonte
Eu trafego livre e despreocupado
Ao saber que nunca estive longe
Do que tenho procurado.
Vertiginosamente sem ética nem rodeios
Sonho em ficar na horizontal
Para edificar o caminho do e-mail
Enquanto a telepatia não é total
Ninguém entende para o que veio
Todo mundo se esconde
Tudo conspira em cuidados
Viajando para abraçar o horizonte
Eu trafego livre e despreocupado
Ao saber que nunca estive longe
Do que tenho procurado.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
A tesoura do relógio
A tesoura do relógio
Repara, apara e não para seus cortes
Por motivos óbvios
Enquanto dispara golpes e goles
Eu me trago e me embriago
E me alago seco no vácuo
Da lâmina dos tempos
Passando pente fino
Nos cabelos sedentos
E sedosos bem cedinho
Junto com os primeiros raios
No derradeiro dia de maio
Repara, apara e não para seus cortes
Por motivos óbvios
Enquanto dispara golpes e goles
Eu me trago e me embriago
E me alago seco no vácuo
Da lâmina dos tempos
Passando pente fino
Nos cabelos sedentos
E sedosos bem cedinho
Junto com os primeiros raios
No derradeiro dia de maio
terça-feira, 25 de maio de 2010
O desenho do esconderijo
Na vaga de algo
Que jamais tive
Vivo de sobressaltos
E voos livres
Paquerando o solo
Na fissura de qualquer alegria
Piro na queda do sol morno
No meu colo como guia
Na ausência do que fui
E do que tenho sido
Apanho do vento que rui
O desenho do esconderijo.
Que jamais tive
Vivo de sobressaltos
E voos livres
Paquerando o solo
Na fissura de qualquer alegria
Piro na queda do sol morno
No meu colo como guia
Na ausência do que fui
E do que tenho sido
Apanho do vento que rui
O desenho do esconderijo.
domingo, 23 de maio de 2010
Amnésias e memórias
As minhas saudades são aleatórias
Quase anacrônicas
Entre amnésias e memórias
De pilhéria e crônicas
O domingo me deprime deveras
Quando chega o anoitecer
E as horas passam severas
À espera de um dia que nunca podia nascer
Talvez eu apenas pense
Enfeitiçado pela lassidão
Parecendo estático sempre
Constante feito camaleão.
Quase anacrônicas
Entre amnésias e memórias
De pilhéria e crônicas
O domingo me deprime deveras
Quando chega o anoitecer
E as horas passam severas
À espera de um dia que nunca podia nascer
Talvez eu apenas pense
Enfeitiçado pela lassidão
Parecendo estático sempre
Constante feito camaleão.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
O sonho e o desapego
Só o sonho como rota de fuga
Pode ser luminoso e salubre
Não está nos livros de autoajuda
Nem atrás de maquiagens e nuvens
Onde muitos em busca de algum céu se ocultam
O desapego transcende os limites
Do mundo esquizofrenicamente material
Das lojas pseudoantidepressivas de grife
Dos feudos de alegria coagida pelo carnaval
Em ruínas de confetes no quarto de cinzas e crises.
Pode ser luminoso e salubre
Não está nos livros de autoajuda
Nem atrás de maquiagens e nuvens
Onde muitos em busca de algum céu se ocultam
O desapego transcende os limites
Do mundo esquizofrenicamente material
Das lojas pseudoantidepressivas de grife
Dos feudos de alegria coagida pelo carnaval
Em ruínas de confetes no quarto de cinzas e crises.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A própria prova
Acho que não tentei
Por enquanto, pelo menos
Usar todas as formas
Pra não me sentir tão pequeno
Suspeito que não sei
Seguir a receita dos bobos
Ou qualquer outra fórmula
Pra conter os meus arroubos
São tantos termos
Técnicos e histéricos
Que meus papéis enfermos
Por precoces e tardios términos
Dispensam as pólvoras
E se compensam na poesia
A própria prova
Cabal e cabalística.
Por enquanto, pelo menos
Usar todas as formas
Pra não me sentir tão pequeno
Suspeito que não sei
Seguir a receita dos bobos
Ou qualquer outra fórmula
Pra conter os meus arroubos
São tantos termos
Técnicos e histéricos
Que meus papéis enfermos
Por precoces e tardios términos
Dispensam as pólvoras
E se compensam na poesia
A própria prova
Cabal e cabalística.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Do interior
O trem não cessa de passar
Embora já tenha ido
Ainda vejo seus vagões lá
Nos trilhos indecisos
As águas da cascata
Da praça do interior
Sórdidas e paradas
Parecem comigo sob torpor
Espero minha irmã
Chegar pra me levar de volta
Pra casa antes da manhã
Cantar com o galo as novas.
Embora já tenha ido
Ainda vejo seus vagões lá
Nos trilhos indecisos
As águas da cascata
Da praça do interior
Sórdidas e paradas
Parecem comigo sob torpor
Espero minha irmã
Chegar pra me levar de volta
Pra casa antes da manhã
Cantar com o galo as novas.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
O tempo ainda tem passado
O tempo ainda tem passado
Na janela do futuro
Com todos os momentos pesados
E pensados por descuido
Aos meus cuidados
Não sei mais o que culpo
Já fui tantas vezes o culpado
Agora pode ser Mercúrio
Que tem retrogradado
Ou a lua fora de curso
Abandonando por puro enfado
Eu não resolvo tudo
De qualquer lado
E não só de dentro surge meu conteúdo
Em dias úteis e feriados.
Na janela do futuro
Com todos os momentos pesados
E pensados por descuido
Aos meus cuidados
Não sei mais o que culpo
Já fui tantas vezes o culpado
Agora pode ser Mercúrio
Que tem retrogradado
Ou a lua fora de curso
Abandonando por puro enfado
Eu não resolvo tudo
De qualquer lado
E não só de dentro surge meu conteúdo
Em dias úteis e feriados.
domingo, 2 de maio de 2010
Quiçá adiante
Inventando desculpas e infâncias
Para compensar por zelo
As minhas extravagâncias
Irrigo meu cabelo
Com o suor da testa
Eu me alastro em passos
Em versos, em diálogos
Com a minha pessoa
Quiçá adiante
Não pode ser atraso
O passado nada mais é
Que um celular fora de área
Eu quero marcar gol através
Da penalidade máxima
E correr para mim, para a arquibancada.
Para compensar por zelo
As minhas extravagâncias
Irrigo meu cabelo
Com o suor da testa
Eu me alastro em passos
Em versos, em diálogos
Com a minha pessoa
Quiçá adiante
Não pode ser atraso
O passado nada mais é
Que um celular fora de área
Eu quero marcar gol através
Da penalidade máxima
E correr para mim, para a arquibancada.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Em nome da face ímpar
Toda vez que a agonia, no caso minha,
Transforma o atônito em bom
Penso que qualquer ônibus com letreiros em néon
Vai para a província
Em nome da face ímpar
Tanto em quantidade
Quanto em calamidade
Visto meias finas
Para uma maratona
Que, tonta, veio à tona
Feito consciência limpa.
Transforma o atônito em bom
Penso que qualquer ônibus com letreiros em néon
Vai para a província
Em nome da face ímpar
Tanto em quantidade
Quanto em calamidade
Visto meias finas
Para uma maratona
Que, tonta, veio à tona
Feito consciência limpa.
domingo, 25 de abril de 2010
Quase uma arte
Ver o verde me acalma
Apesar do martírio do mar
E da matança da mata
Ainda sei como me acalmar
É quase uma arte
O cinza às vezes cai bem
Depois de muitas cores
Da aquarela de desdém
Pintam algumas dores
Que sempre cabem.
Apesar do martírio do mar
E da matança da mata
Ainda sei como me acalmar
É quase uma arte
O cinza às vezes cai bem
Depois de muitas cores
Da aquarela de desdém
Pintam algumas dores
Que sempre cabem.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Somente vendo muita miséria
Preciso cometer tantos enganos
Pra saber quanto ganho
Com todas essas perdas
Admito que não sei a idade
De embarcar na realidade
Com todas essas pedras
Somente vendo muita miséria
Desvendo que a vida é séria
Para morrer em cada noite
E na manhã se aclara
O que era uma fábula
Para correr em cada norte.
Pra saber quanto ganho
Com todas essas perdas
Admito que não sei a idade
De embarcar na realidade
Com todas essas pedras
Somente vendo muita miséria
Desvendo que a vida é séria
Para morrer em cada noite
E na manhã se aclara
O que era uma fábula
Para correr em cada norte.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Estado de estudo
Enquanto respiro
Nada mais ocorre
Apenas um espirro
E o clássico porre
No estrago eu me conserto
Pra ficar desigual igual
A um romanesco desperto
E quieto no meio do caos
Antes que me digam que tudo
Não passa de um paradoxo
Estou em estado de estudo
Do meu próprio periódico.
Nada mais ocorre
Apenas um espirro
E o clássico porre
No estrago eu me conserto
Pra ficar desigual igual
A um romanesco desperto
E quieto no meio do caos
Antes que me digam que tudo
Não passa de um paradoxo
Estou em estado de estudo
Do meu próprio periódico.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Entre
Entre o fato e o boato
Prefiro não pagar pra ver
Tampouco o pato
Entre o que sou e o que vou ser
Não há nada além do hiato
Cheio de mim, de você
Entre agora e amanhã
Várias águas vão rolar
Sob as pontes de Amsterdã
Entre aqui e acolá
Mantenho a mente sã
Para descolar e decolar.
Prefiro não pagar pra ver
Tampouco o pato
Entre o que sou e o que vou ser
Não há nada além do hiato
Cheio de mim, de você
Entre agora e amanhã
Várias águas vão rolar
Sob as pontes de Amsterdã
Entre aqui e acolá
Mantenho a mente sã
Para descolar e decolar.
domingo, 4 de abril de 2010
De quando as coisas ficam prontas
Entre motos e feriados
Abraçaram-se lodos
E todos os meus lados
Tortos e lidos de novo
Para me adular e me embalar
Massacro uma saudade
Tão diáfana que se anuncia no ar
Sem máscara nem recalque
E rio como o vento
Faz de conta
Que é o próprio tempo
Ciente de quando as coisas ficam prontas.
Abraçaram-se lodos
E todos os meus lados
Tortos e lidos de novo
Para me adular e me embalar
Massacro uma saudade
Tão diáfana que se anuncia no ar
Sem máscara nem recalque
E rio como o vento
Faz de conta
Que é o próprio tempo
Ciente de quando as coisas ficam prontas.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Recado na geladeira
Rego as plantas quase murchas
Na ausência de chuva
Cerro as janelas
E as deixo assim até na sua presença
Exceto quando apenas venta
Sob o risco de afogar os vasos
Em caso de seca
Escancaro todas as frestas
Que restam por uma festa
Pode ser de aniversário.
Na ausência de chuva
Cerro as janelas
E as deixo assim até na sua presença
Exceto quando apenas venta
Sob o risco de afogar os vasos
Em caso de seca
Escancaro todas as frestas
Que restam por uma festa
Pode ser de aniversário.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Congestionado e em trânsito
Sou feito de sustos
O resto é medo
O orgulho é tão absurdo
Que fecho os olhos mesmo
De óculos escuros
Mas me muno de outros meios
Para que ninguém me encare
Congestionado e em trânsito
Não sou só uma parede de carne
De quando eu era romântico
Nutro famélicas saudades
Eu tenho mais de trinta anos.
O resto é medo
O orgulho é tão absurdo
Que fecho os olhos mesmo
De óculos escuros
Mas me muno de outros meios
Para que ninguém me encare
Congestionado e em trânsito
Não sou só uma parede de carne
De quando eu era romântico
Nutro famélicas saudades
Eu tenho mais de trinta anos.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Contando menos, contendo mais
Contando menos
Para os outros
Ocos e plenos
Os meus sonhos
Do que comigo
Contendo mais
Os meus danos
Sérios e banais
Do que os anjos
Voando amigos.
Para os outros
Ocos e plenos
Os meus sonhos
Do que comigo
Contendo mais
Os meus danos
Sérios e banais
Do que os anjos
Voando amigos.
terça-feira, 23 de março de 2010
À mercê do que sei
Inspiro cuidados
Respiro poluentes
Piro um bocado
Suspiro continentes
Os pisantes feito peixes
Indicam aonde irei
Desde que me deixem
À mercê do que sei
A falta de eletricidade
Sugere uma dinâmica
De pele, mais leve e suave
Uma outra espécie de lâmpada.
Respiro poluentes
Piro um bocado
Suspiro continentes
Os pisantes feito peixes
Indicam aonde irei
Desde que me deixem
À mercê do que sei
A falta de eletricidade
Sugere uma dinâmica
De pele, mais leve e suave
Uma outra espécie de lâmpada.
terça-feira, 16 de março de 2010
Há
Há certas ocasiões
Em que se abrem
Todos os portões
Com só uma chave
Uma clave de sol
Há alguns clarões
Que me distraem
Mas sei as razões
Com um só insight
Sai de mim o pior.
Em que se abrem
Todos os portões
Com só uma chave
Uma clave de sol
Há alguns clarões
Que me distraem
Mas sei as razões
Com um só insight
Sai de mim o pior.
terça-feira, 9 de março de 2010
Lágrimas desidratam e gargalhadas embriagam
Com o espaço
Perigosamente espesso
Não posso mais ser escravo
Do oposto do que escrevo
Se mantiver os erros crassos
De sempre, eu não cresço
E perco o passo
E o abraço que em segredo peço
Sei que estou em pedaços
E que ainda padeço
Apegado ao passado
Aos pesados pesadelos
Não careço pagar caro
Por algo que não quero
Caminhando eu não paro
Pra pensar em quem espero.
Perigosamente espesso
Não posso mais ser escravo
Do oposto do que escrevo
Se mantiver os erros crassos
De sempre, eu não cresço
E perco o passo
E o abraço que em segredo peço
Sei que estou em pedaços
E que ainda padeço
Apegado ao passado
Aos pesados pesadelos
Não careço pagar caro
Por algo que não quero
Caminhando eu não paro
Pra pensar em quem espero.
terça-feira, 2 de março de 2010
Créditos e ladainhas
Se eu não me protejo
Dos meus ardentes desejos
Os dentes ainda trincam
Sem jeito, eu me projeto
De peito aberto em dejetos
Entre créditos e ladainhas
Ontem a chuva
Caiu feito luva
Sem perder a linha
Louvando a calma
Levando a alma
Que nunca foi minha.
Dos meus ardentes desejos
Os dentes ainda trincam
Sem jeito, eu me projeto
De peito aberto em dejetos
Entre créditos e ladainhas
Ontem a chuva
Caiu feito luva
Sem perder a linha
Louvando a calma
Levando a alma
Que nunca foi minha.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Astral legal
Com o choro árido
Eu cultivo a minha horta
Com o riso ácido
Deixo a agonia morta
Meus amigos me comentam
Que estou com astral legal
Crendo no que eles inventam
Constato que não é aquele caos.
Eu cultivo a minha horta
Com o riso ácido
Deixo a agonia morta
Meus amigos me comentam
Que estou com astral legal
Crendo no que eles inventam
Constato que não é aquele caos.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Como se não soubesse antes
A virada de mesa
É a contenção de perdas
Ou a distribuição de dispensas
Para quem pensa em fazer merda
Agora sei quem sou
Como se não soubesse antes
Para onde vou, eu já estou?
Suponho que seja distante
Quiçá eu tenha que dormir
Nem tanto para sonhar
Aprendo de novo sobre mim
Sem o toque do celular.
É a contenção de perdas
Ou a distribuição de dispensas
Para quem pensa em fazer merda
Agora sei quem sou
Como se não soubesse antes
Para onde vou, eu já estou?
Suponho que seja distante
Quiçá eu tenha que dormir
Nem tanto para sonhar
Aprendo de novo sobre mim
Sem o toque do celular.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Com os animais de outra selva
Convivendo com os animais
De outra selva
Eu me sinto com um ânimo a mais
Em conserva
No ano do tigre
Eu me prometo ser livre
E menos triste
Sem o medo em riste
Quando ficar infeliz
Em Conservatória
Que seja enfim
Igual ao túnel que chora.
De outra selva
Eu me sinto com um ânimo a mais
Em conserva
No ano do tigre
Eu me prometo ser livre
E menos triste
Sem o medo em riste
Quando ficar infeliz
Em Conservatória
Que seja enfim
Igual ao túnel que chora.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Quase sempre tarde
Não posso criar confusão
Entre a renúncia da rotina
E a da minha identidade
Há algo mais no meu coração
Do que noites cretinas
Atrás de qualquer vontade
Sou nada sem a noção
Do que era e do que tinha
Reflito quase sempre tarde
Farto de cuspir modificação
Para as pessoas inativas
Preciso fazer já o que me cabe.
Entre a renúncia da rotina
E a da minha identidade
Há algo mais no meu coração
Do que noites cretinas
Atrás de qualquer vontade
Sou nada sem a noção
Do que era e do que tinha
Reflito quase sempre tarde
Farto de cuspir modificação
Para as pessoas inativas
Preciso fazer já o que me cabe.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Tantos nós
Um rapaz com tal grau de estudo
Não tem o direito de ser estúpido
A ponto de ser seu próprio algoz
A vida já possui tantos nós
Que não precisa me atar e se matar
Caminhando eu penso mais claramente
Nas coisas que me latejam a mente
Como se fossem relógios
Gritando para eu acordar logo
Deste letargo que pode prender e largar.
Não tem o direito de ser estúpido
A ponto de ser seu próprio algoz
A vida já possui tantos nós
Que não precisa me atar e se matar
Caminhando eu penso mais claramente
Nas coisas que me latejam a mente
Como se fossem relógios
Gritando para eu acordar logo
Deste letargo que pode prender e largar.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Em caso de procela
Preciso manter o cuidado
De fechar a janela
Do meu quarto
Em caso de procela
Pra não ensopar os livros
E os papéis subjetivos
Preciso manter a mudança
De rota e de atitude
Derrotas sempre levantam
E não tão-somente punem
Para abrir a porta do domicílio
Na volta do exílio
Preciso me ter maleável
Mas não para me expulsar
Dos meus tentáculos
Do meu móvel lugar
Sei que sou liso
E áspero por capricho.
De fechar a janela
Do meu quarto
Em caso de procela
Pra não ensopar os livros
E os papéis subjetivos
Preciso manter a mudança
De rota e de atitude
Derrotas sempre levantam
E não tão-somente punem
Para abrir a porta do domicílio
Na volta do exílio
Preciso me ter maleável
Mas não para me expulsar
Dos meus tentáculos
Do meu móvel lugar
Sei que sou liso
E áspero por capricho.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Nem sei
Eu estou tão longe
Que nem sei onde
Sou só um pingo
Não nasci num domingo
Eu estou tão perto
Que nem sei ao certo
Não passo de uma formiga
Ser cigarra me intriga
Na verdade o que viso
É passear lá fora
Para me dar um sorriso
Que nem sei abrir agora.
Que nem sei onde
Sou só um pingo
Não nasci num domingo
Eu estou tão perto
Que nem sei ao certo
Não passo de uma formiga
Ser cigarra me intriga
Na verdade o que viso
É passear lá fora
Para me dar um sorriso
Que nem sei abrir agora.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Murmúrios
Não quero recorrer
Aos mesmos temas
Nem me socorrer
Apenas por poemas
Deslizando pelos muros
De dentro de casa
Eu me alento com os murmúrios
Entre o tudo e a fachada
Eu me canso de correr
Prum lugar misteriosamente alto
Onde eu posso discorrer
Acerca de fantasias e fatos
Não careço mais da primeira vez
De fugir de mim
Todo começo de mês
E do fim.
Aos mesmos temas
Nem me socorrer
Apenas por poemas
Deslizando pelos muros
De dentro de casa
Eu me alento com os murmúrios
Entre o tudo e a fachada
Eu me canso de correr
Prum lugar misteriosamente alto
Onde eu posso discorrer
Acerca de fantasias e fatos
Não careço mais da primeira vez
De fugir de mim
Todo começo de mês
E do fim.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
O gari
Recolhendo da minha cabeça
Piolhos velhos e grilos
Não reclamo da vida de bobeira
Sorrir às vezes é difícil
Eu não posso fazer confusão
Entre a essência da mudança
E a vontade oca, de ocasião,
A que nunca se alcança
Catando à noite o lixo
Sob uma chuva confortante
Depois de dias de maçarico
Só o gari queria como estava antes.
Piolhos velhos e grilos
Não reclamo da vida de bobeira
Sorrir às vezes é difícil
Eu não posso fazer confusão
Entre a essência da mudança
E a vontade oca, de ocasião,
A que nunca se alcança
Catando à noite o lixo
Sob uma chuva confortante
Depois de dias de maçarico
Só o gari queria como estava antes.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Apenas por mim
Saio do jardim
Descampado
Apenas por mim
Desamparado
Não mais assim
Nem torturado
As noites em brasa
Como um inferno
Vêm e me abraçam
Acho tudo eterno
Quando atrasa
Acabo em versos.
Descampado
Apenas por mim
Desamparado
Não mais assim
Nem torturado
As noites em brasa
Como um inferno
Vêm e me abraçam
Acho tudo eterno
Quando atrasa
Acabo em versos.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Âncoras
Praticando o exercício
De evitar as câimbras
E a submersão no rio
De submissões e piranhas
Eu nado, voo e corro atrás
Preferindo o vício
Que sustente âncoras
De legítimo compromisso
Com a minha esperança
Eu me recupero em paz.
De evitar as câimbras
E a submersão no rio
De submissões e piranhas
Eu nado, voo e corro atrás
Preferindo o vício
Que sustente âncoras
De legítimo compromisso
Com a minha esperança
Eu me recupero em paz.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Meu assunto
Não vou falar muito
Do que farei esta vez
É meu assunto
E não de vocês
Talvez pareça
Que nada acontece
Nem ao papo-cabeça
A neurose agradece
Mas saio do deslumbre
Ensaio um novo papel
Caio das nuvens
E jazo no céu.
Do que farei esta vez
É meu assunto
E não de vocês
Talvez pareça
Que nada acontece
Nem ao papo-cabeça
A neurose agradece
Mas saio do deslumbre
Ensaio um novo papel
Caio das nuvens
E jazo no céu.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
O cavalo e a estrela
O cavalo que brilho
Quando me ofusco
Não me deixa ser meu filho
Eu nem me cuido
Tenho me lembrado da ocasião
Em que ainda cabia no berço
Não quero entrar no caixão
Antes do tempo que mereço
A estrela que eu cavalgo
E me carrega
Pode me levar mais alto
Do que me pregam.
Quando me ofusco
Não me deixa ser meu filho
Eu nem me cuido
Tenho me lembrado da ocasião
Em que ainda cabia no berço
Não quero entrar no caixão
Antes do tempo que mereço
A estrela que eu cavalgo
E me carrega
Pode me levar mais alto
Do que me pregam.
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