As ruas da cidade grande
Onde eu nasci
Têm cheiro de pressa
Competição e xixi
No ranger dos dentes
No rancor dos motores
Os sonhos menos distantes
O desejo demanda cuidado
O desenho depende de mim
Quando me interessa
Quem é indiferente
Sente as próprias dores
As ruas da cidade natal
Estão com mais carros
A cada momento é mais fatal
Há tempo depois do fim
Há jeito de ir em frente
E fazer luz no breu da noite
Quando mato os traumas
Lembro que sei ser feliz
Não sou membro do clube dos fantasmas
Nem aderi ao partido dos zumbis
Nasço mais uma vez perene
E calço o caos para dias melhores.