domingo, 24 de agosto de 2025

Fico pensando


 


O desenvolvimento se alastra

Na expansão da consciência

Progresso é aumento da casta

Antes grosseiras advertências

Do que maciças ressacas


Dos maços de cigarro 

Para as latas e garrafas 

Uns progenitores são pais 

Outros, bancos letárgicos 

Todos os dias, incomuns e banais


Fico pensando, profano e santo

Não foi perda de tempo 

Mas um ensinamento, um espanto

O caos sabe ser sereno

Mediano filmaço


Há uma dezena de mandamentos 

E uma dúzia de passos

Nunca é desperdício de novembro

O álcool deve ser o novo tabaco 

Progresso nem sempre é avanço


Em algum momento do dia

Santo ou profano, fico pensando

Como fui, como serei, como seria

Cônscio do jurássico juízo 

Civilizada selvageria


A ganância não quer os avisos

Dos malefícios do cigarro nas bebidas

O lobby prosseguirá forte

(Fico pensando sob um céu fechado)

Enquanto durarem os estoques


Sem fincar meus pés chatos

Agora sei como sou

Desprovido da energia vazia

Aluno e professor

Alucinação e valentia


Voltei a ser como era

Antes dos quinze anos

Mas não como adolescera 

Eu me chamo, eu me desmancho

Focando a chama da vela


Achei a chave da cela

O sol não se descumpre

Por sombras e nuvens

Lá em cima, do pensamento

A chuva também ensina


Epifania, meu bem, é silêncio

Acorda, é bomba! A corda é fina

Fico enquanto tiver saúde 

Filtro a onda, há oxigênio 

Fico encantado, tem vida ainda


Fico pensando no que penso

O veneno me dava alegria

No entanto eu tinha depressão 

Apocalipse nos trópicos 

Bebo com moderação


Bebo nada alcoólico

Agora tenho ânimo

Fico pensando com o coração

Passado contemporâneo

A maturidade é lei


Consciência em expansão

Certezas, enganos

Voltei a ser como serei

Amnésias, descansos

Fico pensando como passei


Epifania, meu amor, é uma revelação 

Voltei a ser pacato como sei

No sapato, com os pés no chão 

Coerentemente insano

Fico pensando e nem pensei.























segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Vamos acolher

 



Vamos acolher as oscilações

Na busca da praia e do equilíbrio

Os fracassos são bons

Capítulos do livro

Em todas as bruscas traduções

Vamos olhar para as sombras


Pela vidência do espírito

Vibrações, frequências, ondas

No frescor da rede e do equilíbrio

Realidade, redenção, afronta

Eu me lembro daquele menino

De cabelinho boi lambeu


Embora não exista mais

Continuo na pista ardente, sendo eu

Agora prudente, numa boa, em paz

Matemática da constelação do signo

Questões práticas esclarecidas

Desde ontem me desloco do abismo


Horizonte em foco, perto da vista

Meu nome completo é o título

A onda se levanta e vai me levando

Estou na varanda, mas não sou planta

Sou quem, como, onde, porque e quando

Através dos apoios, reparto os pesos


Bora colher os sonhos e planos

Em caso de vitória ou tropeço

A onda bate, recolhe e levanta

Cada aurora é um recomeço

E a arte, uma senhora criança

Agora me acolho e me reconheço.














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