O desenvolvimento se alastra
Na expansão da consciência
Progresso é aumento da casta
Antes grosseiras advertências
Do que maciças ressacas
Dos maços de cigarro
Para as latas e garrafas
Uns progenitores são pais
Outros, bancos letárgicos
Todos os dias, incomuns e banais
Fico pensando, profano e santo
Não foi perda de tempo
Mas um ensinamento, um espanto
O caos sabe ser sereno
Mediano filmaço
Há uma dezena de mandamentos
E uma dúzia de passos
Nunca é desperdício de novembro
O álcool deve ser o novo tabaco
Progresso nem sempre é avanço
Em algum momento do dia
Santo ou profano, fico pensando
Como fui, como serei, como seria
Cônscio do jurássico juízo
Civilizada selvageria
A ganância não quer os avisos
Dos malefícios do cigarro nas bebidas
O lobby prosseguirá forte
(Fico pensando sob um céu fechado)
Enquanto durarem os estoques
Sem fincar meus pés chatos
Agora sei como sou
Desprovido da energia vazia
Aluno e professor
Alucinação e valentia
Voltei a ser como era
Antes dos quinze anos
Mas não como adolescera
Eu me chamo, eu me desmancho
Focando a chama da vela
Achei a chave da cela
O sol não se descumpre
Por sombras e nuvens
Lá em cima, do pensamento
A chuva também ensina
Epifania, meu bem, é silêncio
Acorda, é bomba! A corda é fina
Fico enquanto tiver saúde
Filtro a onda, há oxigênio
Fico encantado, tem vida ainda
Fico pensando no que penso
O veneno me dava alegria
No entanto eu tinha depressão
Apocalipse nos trópicos
Bebo com moderação
Bebo nada alcoólico
Agora tenho ânimo
Fico pensando com o coração
Passado contemporâneo
A maturidade é lei
Consciência em expansão
Certezas, enganos
Voltei a ser como serei
Amnésias, descansos
Fico pensando como passei
Epifania, meu amor, é uma revelação
Voltei a ser pacato como sei
No sapato, com os pés no chão
Coerentemente insano
Fico pensando e nem pensei.