sábado, 16 de dezembro de 2017

Dias líquidos, minutos secos

Nestes dias líquidos
A solidão fica mais sólida
Do que longínqua
É a goma de mascar na sola
Do sapato lívido
De medo por não pisar na lógica
Do discurso cínico
Por não fechar as portas da loja
Diante do feriado cívico
Nestes minutos secos
De empatia e de humanidade
Ao longo deste atual século
É preciso extinguir a saudade
Da foto, do corpo, do selo
Para estampar uma nova idade
Antes que derreta o gelo
Do copo vazio e das grades
Impostas ao cerebelo
O sol solicita
Menos obscurantismo
A qualquer hora do dia
Que dança na beira do abismo
A rigor, roga
Por gentileza, por favor,
Pela volta daquela coisa em voga
Chamada amor.

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