Mascar água
Saborear a raiva
Regada à mágoa
Não é conto
De fada
É crônico
Andar pela casa
Atônito, tonto
Pronto para o vômito
Na privada
Na almofada
No meio do sonho
No centro da alma
No canto da sala
No futuro enfadonho
Na retórica sofismada
Uma porta se fecha
Abrindo um ponto
Ou mais um pouco
Enquanto o tempo deixa
Os catedráticos loucos
E o passado mais longo
Passa o corpo
De bombeiros
Passam as motos
Os tempos eleitoreiros
Passa a ambulância
Passa um ano inteiro
E ficam as lembranças
Estalando no braseiro.
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