terça-feira, 30 de agosto de 2022

Dançando com as bestas

 Dançando com as bestas


Pensando que é uma festa


Este calvário que jaz


Na sexta geração


A fome posta à mesa


Festival de gastronomia e de jazz


 


Não tem filosofia que se meça


Ou que peça demissão


Caso não tenha comida para a cabeça


Não se faz revolução


O clima parece tão suave


Que o copo se parte


 


Tirar leite da perda


É tiro e queda


Tirolesa sem cinto


Sobre a festa


Com temática de abismo


Eu vou nessa


 


Estrada cujo destino


Meu coração atravessa


Sujo de poeira, poesia e perigo


Sem mais delongas


Nem alegres tristezas


Tudo vai e vem em ondas


 


Questão de frequência


A caminhada é longa


A chegada do viajante


Embora se esconda


Está mais perto do que antes


O caos se instala


 


Na casa, na nave redonda,


No meio da sala


O avião passa


Rente ao prédio


Ao passo que o vizinho põe as


Gaiolas no gancho do teto.

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