Eu não sou mais
O mesmo após
As redes sociais
Nenhum de nós
É igual, aliás
O quadro que se pendura
No imaginário da parede
Já tem moldura
E comentários na rede
Modulam e ondulam
Eu voltei a ouvir
E revoltei para mim
A voltagem alta
A vontade peralta
A vantagem de permitir
Sem permanecer
Permeando sentimentos
Alicerces de anos e cimento
Epifânicos clichês
Alegres reconhecimentos
Peças de teatro
Fora de cartaz
Peças do acaso
Sonho incapaz
De pegar fracasso
Passos em falso
Cortes tão corteses
Que tropeços são saltos
Pessoas, deuses
Promoções, estragos
O destino não é atroz
Os dias ficam para trás
Vamos ficar em paz
Agora, depois
Ou só outra vez
Sem engasgos com o gás
Eu sou meu único algoz
Cadência veloz
Velórios e carnavais
São vexatórios clichês.
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