segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A ponte


Janela aberta

Novas lentes

Consciência desperta 

Descoberta na mente 

Olhos atentos

Passos tranquilos

Passou o tempo 

De fracassos e grilos

Refrescados por um temporal 

Campos e jardins

São aquecidos pelo sol 


No Oriente, no interior

A luz aumenta lentamente

Apagando as estrelas

Epifania dentro de mim

A despeito da dúvida 

E da desconfiança 

As coisas se despem 

Despencam e mudam

Constante é só a mudança

Daqui para frente

Desde aquela sexta 


Um estalo na mente

Estrada não é esteira

O instante se estende

De agora em diante

Depois que a caverna

Ficou cintilante

Fazendo asas das pernas

E presente do instante 

Já é concreto o sonho

Com o translado 

Para o lado cônscio 


Embarque efetuado

Bilhete singular 

Sob o sol, a caminhada 

Não é mais circular

Tampouco é esteira a estrada

Aqui é o lugar

Onde ocorre o encontro 

Hoje em dia

A partir de algum ontem 

Está claro o que não se entendia

Erguida a ponte 


E conquistado o ponto 

Colo ao que se despedaça

As coisas se despedem

O velho sol está se pondo

E o novo não se intromete 

Solo ao que se despetala

Vocabulário às favas

É rasa a comunicação 

Apenas com palavras 

Basta ouvir o coração

Que a ponte se ergue.



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