segunda-feira, 27 de julho de 2009

No exercício da telepatia

Ironicamente, o pior
É que está tudo bem
Mais calmo e melhor
Só não sei para quem

Muita coisa mudou
O futuro, a mobília
O discurso, o odor
O mundo, a família

Talvez nada tenha permanecido
Igual ao que era
Agora eu me visto
De uma tácita espera

A lágrima nunca é insossa
No exercício da telepatia, peço
Que a derrota seja provisória
Ou até uma vitória sobre o ego.

Um comentário:

Dani Santos disse...

...cheiro desses lugares onde todos se foram e impermanências fazem moradas. e entre o que se ficou, há fumaça e poeira.

como um risco num móvel antigo.


"agora eu me visto
de uma tácita espera".

Palavras a me fazer perder o ar.