sábado, 11 de fevereiro de 2023

Amolada tesoura

 



Sinceramente não sei

De todos os vinis

Que emprestei


Que pedi e perdi

Os pensamentos tão vis

Que já perdoei 


Há quem converse

Sobre recorrentes temas

Inócuos e leves


E há quem tema

Os papos que fervem

Incandescentes problemas 


Às vezes falar a respeito

Do tempo, é, dele mesmo,

Pode causar aquele clima


Uma pancada de ladainhas

O comercial de margarina

É o tradicional pretexto 


A felicidade é sintoma

Não do sucesso, do sucedimento 

Mas do êxito, do êxodo 


Eu usaria até mullet e roupas cafonas

Para que voltassem os bons tempos

O resto é paisagem de subtexto 


Eu levo as memórias

Ao salão de beleza

As unhas se lavam e se cortam


Assim como a cabeleira

Com a amolada tesoura

Sou Melo, sou Moreira.





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