Sinceramente não sei
De todos os vinis
Que emprestei
Que pedi e perdi
Os pensamentos tão vis
Que já perdoei
Há quem converse
Sobre recorrentes temas
Inócuos e leves
E há quem tema
Os papos que fervem
Incandescentes problemas
Às vezes falar a respeito
Do tempo, é, dele mesmo,
Pode causar aquele clima
Uma pancada de ladainhas
O comercial de margarina
É o tradicional pretexto
A felicidade é sintoma
Não do sucesso, do sucedimento
Mas do êxito, do êxodo
Eu usaria até mullet e roupas cafonas
Para que voltassem os bons tempos
O resto é paisagem de subtexto
Eu levo as memórias
Ao salão de beleza
As unhas se lavam e se cortam
Assim como a cabeleira
Com a amolada tesoura
Sou Melo, sou Moreira.
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