sexta-feira, 14 de março de 2025

As asas da audácia

 



A arte precisa mobilizar
A mente e as emoções
A arte não tem que deixar
A gente contente
Mas consciente das ações

Tudo é meu
Não tenho nada
Tudo me pertence, eu
Sou uma alma
O caminho só será aberto

Se eu caminhar
O cérebro só estará desperto
Se não me dispersar
O jardim não será o deserto
Dos dias atuais, dos tempos atrás

As asas da audácia
Mantêm o voo
Acima do teto e do abismo
Meu amor, minha graça,
Mau humor, delirantes sismos

Nas lavanderias, nas farmácias,
Nas drogarias não se vendem mais
Somente medicamentos
Alegam que já não tem cabimento
Nas bancas apenas gibis e jornais

Não faço mais parte da turma
Nem possuo timidez para perder
As alegrias são diurnas
E me permitem de fato ser alguém
Um dia por vez, coração

Cada manhã é um novo exame
Minha cabeça noutra rotação
Não sou do centrão nem do rebanho
Muito menos do enxame
Caso me chame de estranho

Sou mesmo estrangeiro, sou instantes
A limpeza transcende o mero banho
Todo dia é um mês de chances
Tudo pertence a mim, até a pobreza
Que beleza, eu não tenho nada

Vivo bem aqui
E bato as asas
Sei que sou assim
Estou em casa
Ela habita em mim.


Nenhum comentário: