quarta-feira, 23 de julho de 2025

Borbulhante e tranquilo



Uma respiração lenta e profunda

Um restaurador mergulho

Barulho silencioso da cuca

Fagulha do novo mundo

Antes alarde do que nunca.


Os meus versos importam

Mesmo que não se entendam 

Tão logo se anotam

Numa noite de veneta sairão as vendas

E vão se abrir veredas e portas.


Uma revelação, um riso, um clique

Uma imersão nada rasa, verdadeira,

Na piscina, na pessoa, na psique

Enquanto se aproxima a outra beira

Do mar, do rio, da lagoa, do filme. 


Ao longo da crise e da ameaça

Alongamento anímico e físico

Só há borboleta fora da crisálida

No calor borbulhante e tranquilo 

Na fumaça do aquecimento da água


Para o chá, mate ou café 

Acolhimento, aconchego 

Chão, âncora, chocolate, pés 

Com os quais vou e chego

Pés que me deixam de pé


Na estrada de versos e ideias

A estrela mora no fim do túnel 

Tudo o que expresso interessa

Embora pareça inútil 

A poesia é uma peça, uma prece, uma tela.


As minhas palavras são importantes 

Ainda que não sejam entendidas

No mesmíssimo instante 

Que se pronunciam

Tranquilas e borbulhantes.






 





 

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