Já existem o motivo
E o motor do veículo
Eu moro no volante
Não ando mais claudicante
Uso o santo de segurança
O sentido ousa na dança
Dos dias e das cadeiras
Parecia brincadeira
Eu comecei por lazer
Para deixar de ser criança
E parei de beber pra me zelar
Pra não ser mais um bebê
Já resistem o motim
E o mote dentro de mim
Estou firme aqui neste instante
Não mofo mais tão distante
Sem relógio tampouco hora
Mas não me importo, tenho tempo
Rogo para abrir logo a porta
Para o grande momento
Já há o grito do motor
E o motivo da trama, do tremor
Uma parte de mim vive na estante
Não chafurda na lâmina dando vexame
Ganhei algumas chaves nestes anos
E me livrei de quilos
De danos em pensamentos levianos
Agora é um passatempo tranquilo
Há quem siga tanto um modelo
A ponto de querer mordê-lo
Eu comecei por prazer
Para ingressar no mundo adulto
E desisti de me deter
Para sair do labirinto escuro
Laboriosamente brilham
O motivo e o motor no indivíduo
Eu não entendia em tempos idos
Porque enjoava ou me entediava
No entanto hoje em dia, pelo amor,
As ilusões rangem às claras
A mente se arranja na trilha
Da montanha onde sou
Mais do que ilha, península,
O motivo e o motor.
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