domingo, 23 de setembro de 2007

Pachorra

Eu incendiaria
Se me esquentasse a sede
Se me encostassem na parede

Eu regurgitaria
Se não cuspisse no prato
Se não coubesse no espaço

Eu evaporaria
Se me pululassem os nervos
Se pulassem o que escrevo

Eu gotejaria
Se exprimisse via esferográfica
Se imprimisse lágrima

Mas expectoro os grilos
Sei que não adianta
Ficar intranqüilo
Toda hora é santa.

5 comentários:

Renato Alt disse...

Expectorar os grilos.
Talvez seja esta a palavra de ordem que preciso.
Obrigado por apresentá-la a mim.
Abraços.

Anônimo disse...

Tchello! Tua poesia tá cada vez melhor! Beijocas!

Fabrício Fortes disse...

a hora morta, a pedra morta, agonia e as laranjas do quintal..

Anônimo disse...

chegando pela ponte ana mangeon. tua poesia é toda música! uma e outra me lembraram cazuza... (amo). parabéns!

4rthur disse...

nada de grilo, sempre tranquilo mas na atividade, compadre!