Gole de ar, meu anjo
Me ajuda pelo encanto
Vem a galope me ajudar
Não finge que quer se calçar
Enquanto me fisga feliz
Junto com os planos gentis
Meu anjo não pode se cansar
Na rede, na rua, golpe haverá
Agora gosto de mim
Aprendi realmente a gostar
De cuidar do jardim
Talvez goste cada vez mais
Gole de ar, gole do gol
Gole do grito a degolar
Gole do diletante meio de ser quem sou
O grande segredo da mente
Se eu nasci descalço
Sem gravata nem parênteses
Eu renasço e, grato, me refaço
Alvorada vasta e perene
Gole de suor, do que há
De melhor, nem sempre
Meu anjo vem cá me salvar
Sabendo que sou eu somente
Para me deixar de um jeito
Impecavelmente imperfeito
Meu anjo não foge do que é sério
Nem deixa que eu me afogue
Neste chão, oceano aéreo
Não quer que me sufoque
De insanos mistérios
Anjo, amor, minério forte
Meu plano, canto protetor
Planando por onde for
O sonho que quero tanto
No playground, em pleno voo
O plantão parece o mar
No balde sereno, manso
E também malemolente demais
Nas estrelas, futuro de antanho
Se eu nasci inseguro e alucinado
Numa noite nada quente de junho
Eu me redireciono e nado
Em ondas de arte, meu sonho justo.
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