sábado, 8 de novembro de 2025

Gole de ar

 



Gole de ar, meu anjo

Me ajuda pelo encanto

Vem a galope me ajudar

Não finge que quer se calçar


Enquanto me fisga feliz

Junto com os planos gentis

Meu anjo não pode se cansar 

Na rede, na rua, golpe haverá


Agora gosto de mim

Aprendi realmente a gostar

De cuidar do jardim

Talvez goste cada vez mais


Gole de ar, gole do gol

Gole do grito a degolar

Gole do diletante meio de ser quem sou

O grande segredo da mente


Se eu nasci descalço 

Sem gravata nem parênteses 

Eu renasço e, grato, me refaço 

Alvorada vasta e perene


Gole de suor, do que há 

De melhor, nem sempre

Meu anjo vem cá me salvar

Sabendo que sou eu somente


Para me deixar de um jeito

Impecavelmente imperfeito

Meu anjo não foge do que é sério 

Nem deixa que eu me afogue


Neste chão, oceano aéreo

Não quer que me sufoque

De insanos mistérios

Anjo, amor, minério forte


Meu plano, canto protetor

Planando por onde for

O sonho que quero tanto

No playground, em pleno voo


O plantão parece o mar

No balde sereno, manso

E também malemolente demais

Nas estrelas, futuro de antanho 


Se eu nasci inseguro e alucinado

Numa noite nada quente de junho 

Eu me redireciono e nado 

Em ondas de arte, meu sonho justo.












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