Salvam o circo
Da fome, do mofo e do declínio
Algumas obras de arte
Porém nem todas são capazes
O desejo do desejo
É a morte personificada
As ideias perdem o desenho
Na aldeia erma das palavras
E você me comenta que faz sol
Que cairá um toró ou que venta demais
Ao lhe perguntar como está
Como você vai? Está melhor?
Talvez seja uma metáfora
O estado pluvial ou solar
Vinte e cinco limões secos não transbordam
Um copo de suco à beira do mar
Algumas obras de arte
São mais do que boas redentoras
Algumas só, nem todas
São reais boias de resgate
O sonho toma forma
Quando se acorda
O conhecimento soma na vivência
O saber é sentido no sabor
O cotidiano vira cinema
O sentido sobrevive no amor
O sonho se transforma
Com determinadas obras
Uma mensagem divina
Mesada da viagem
Chamada da vida
Chama da coragem
Vivendo o momento
O futuro será estupendo
Fariam falta ao mundo, à vila
Algumas obras de arte
Poupam o indivíduo
Da solidão, da lassidão e do suicídio
Algumas obras de arte
Poucas possuem tal capacidade
As ideias não são aproveitadas
Na privação das palavras
O vento prepara o penteado
No passeio da orla
O sonho é concretizado
Quando se acorda
Poemas, danças, canções, quadros,
Peças e arquiteturas sempre agora
Vivendo o instante
O futuro será brilhante
O sonho é descoberto
Quando a lembrança colabora
O anseio do anseio
É o falecimento em pessoa
Ns orla, o vento orna o passeio
Falando que hoje não tem garoa
Na quietude eu me reconecto
Com o meu espírito e confio
Na atitude invisível
No caminho aberto
O sol nascente bate
Na cara de quem sente e olha
O sonho é uma obra
Uma sobra da realidade
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