quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Algumas obras de arte



Salvam o circo

Da fome, do mofo e do declínio 

Algumas obras de arte

Porém nem todas são capazes

 

O desejo do desejo

É a morte personificada

As ideias perdem o desenho 

Na aldeia erma das palavras

 

E você me comenta que faz sol

Que cairá um toró ou que venta demais

Ao lhe perguntar como está 

Como você vai? Está melhor?


Talvez seja uma metáfora 

O estado pluvial ou solar

Vinte e cinco limões secos não transbordam

Um copo de suco à beira do mar


Algumas obras de arte

São mais do que boas redentoras

Algumas só, nem todas

São reais boias de resgate


O sonho toma forma

Quando se acorda 

O conhecimento soma na vivência 

O saber é sentido no sabor


O cotidiano vira cinema

O sentido sobrevive no amor

O sonho se transforma

Com determinadas obras

 

Uma mensagem divina

Mesada da viagem

Chamada da vida

Chama da coragem


Vivendo o momento 

O futuro será estupendo

Fariam falta ao mundo, à vila

Algumas obras de arte


Poupam o indivíduo 

Da solidão, da lassidão e do suicídio 

Algumas obras de arte

Poucas possuem tal capacidade


As ideias não são aproveitadas

Na privação das palavras

O vento prepara o penteado 

No passeio da orla


O sonho é concretizado

Quando se acorda

Poemas, danças, canções, quadros,

Peças e arquiteturas sempre agora


Vivendo o instante 

O futuro será brilhante

O sonho é descoberto 

Quando a lembrança colabora


O anseio do anseio

É o falecimento em pessoa 

Ns orla, o vento orna o passeio

Falando que hoje não tem garoa


Na quietude eu me reconecto

Com o meu espírito e confio

Na atitude invisível 

No caminho aberto


O sol nascente bate

Na cara de quem sente e olha 

O sonho é uma obra

Uma sobra da realidade















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