sábado, 6 de dezembro de 2025

O passado é um lugar

 

Há quem reze tanto

Que se recusa 

A crer nos encantos

Prefere o nunca

 

O passado é um lugar

Pulsado de referência

E não de residência

Outrora fica bem atrás

 

Eu já estive lá 

E não habito mais

Às vezes visito tal feudo

E me retiro cedo para não pernoitar


Amadurecimento não é santidade

Mas congruência com as necessidades

O passado é uma cidade milenar 

Não há possibilidade de busca


Com o desajuste da bússola

O passado é um bosque do interior 

Automóveis coloridos

Cujos nomes ainda sei de cor


Tão longe os tempos idos

Antigamente era um pântano 

Um estado de pânico 

Anestesia e delírio 


Toda doença conta uma história

Ah, meus vinte anos de boy...

A velha personalidade está morta

O renascimento dói


É o que tem de ser

E também foi em Niterói

Minha voz importa 

Minhas palavras têm o poder


Da inspiração e do contato

A antiga pessoa foi embora

Quando eu era pirralho 

Estava perto do pretérito

 

Em preto e branco

A vida é um longo momento

O passado que fique esperando 

Eu não volto mais a ser pequeno


Com ciência e fé 

Alcanço o desejo

E o sonho na dança das marés 

Não só quando me deito


Ausência presente  

A paz não fica lá fora

Frieza ardente

Ela está onde mora


Quem sabe sua origem

Prossegue firme

Quando a coragem é maviosa 

O violento vira sublime


O passado é anterior

Quando a estação fica pronta 

Em sintonia com o seletor

De frequências, o que se pensa


São vibrações, são ondas

Os pensamentos não nascem

Dentro das nossas mentes

O passado é uma fase


Agora é um extenso presente

Sem talvez nem quase

Na funilaria da cabeça 

O passado ficou na saudade


Agora é o auge, beleza?

Eu tenho a permissão

Para permanecer com firmeza 

E liderar com o coração

 

Audácia para transformar

Arrependimento em inspiração

Quando a alma se aprontar

As coisas acontecerão.


























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