quinta-feira, 24 de setembro de 2009

De tanto

De tanto botar o dedo na tomada
Tomo o choque
Para ter a tomada
De consistência a reboque

De tanto brincar com o fogo
Suo na cama
Com medo de quem me afogo
Navego em terra plana

De tanto cutucar a onça
Com a cara dura
Crio coragem e vergonha
Para reconhecer a altura

De tanto voar com os morcegos
Não quero mais dormir virado
Como os voluntários cegos
Têm raízes até os desarvorados.

3 comentários:

Marcelo Mayer disse...

gosto e seus poemas, como lhe disse... diretos, secos, e para mim com um ar de ironia

convido a acessar o meu http://cransauce.blogspot.com

abraços

Cristiano Contreiras disse...

Seus textos, sua veia literária, seu modo de expressão tem uma característica intensa, muito peculiar, muito me cativa! Sou novo seguidor, parabéns pela iniciativa aqui!

Luna disse...

e eu, que nem sou de poesia,gostei.