sexta-feira, 5 de abril de 2024

Nunca somos nós


Nunca somos nós

Quando há multidão 

Não nos vemos mais

Na fila do pão


Estamos sós

Desenganos, eclipses

Desígnios comerciais

Clipes musicais, delírios 


Da velha televisão

Evito dar tanta audiência 

Aos telejornais e às crises

Autoproteção não me aliena


Dos canais que transmitem 

Pautas banais

Falta de evolução 

Falhas nos acordos de paz


A violência vale

Para os covardes

Eu preciso sempre ir à praia

Para me lembrar por dentro 


Renascer, chocar, ficar me vendo

E me lixar para o trauma

Remédio e veneno 

No mar mexido e com calma


Nunca somos nós

Quando há outras

Peças e pessoas

Que são os reais nós.



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