Nunca somos nós
Quando há multidão
Não nos vemos mais
Na fila do pão
Estamos sós
Desenganos, eclipses
Desígnios comerciais
Clipes musicais, delírios
Da velha televisão
Evito dar tanta audiência
Aos telejornais e às crises
Autoproteção não me aliena
Dos canais que transmitem
Pautas banais
Falta de evolução
Falhas nos acordos de paz
A violência vale
Para os covardes
Eu preciso sempre ir à praia
Para me lembrar por dentro
Renascer, chocar, ficar me vendo
E me lixar para o trauma
Remédio e veneno
No mar mexido e com calma
Nunca somos nós
Quando há outras
Peças e pessoas
Que são os reais nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário