Você se personaliza nalgo
Até um dia perceber
Que a coisa se singularizou em você
Negócio de filtro é fogo alto
Cadê o lixo e o isqueiro, cadê?
Desapego do que me possui
Incêndio do que me polui
Em prol do silêncio, do sol
Intrauterino, só
Aquela voz sussurrante
De quase volume nenhum
Que se ouve após ou no instante
Embora distante, hoje há zoom
O inferno é frio, indiferente
E o céu, receptivo, quente
Eu já esperei tanto tempo
Que quero agora, o mistério
É que rola noutro momento
O cristianismo austero
Deriva de Paulo de Tarso
Em vez de Jesus Cristo
Com a arte também me salvo
Na escuridão se esconde a luz
Está tudo escrito numa lógica
Oculta, no coração, na língua da luta
Está pendurada a sacola ecológica
Na maçaneta da porta
E os itens, nas letras da lista
Ou nas labaredas da horta
Em alguma coisa você se especializa.
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