Consciência conselheira
Sem essa de ânsias
Nem falas falazes
Eu lhe dou os passos e as orelhas
Já fizemos as pazes
Orgulho, vulgo: desvio
Poços de ignorância
Tentadores vales
Não levo as dores e me viro
Verão que tudo se varre
Consciência conselheira
Sem exorbitâncias
Nem fugas fugazes
Eu lhe devo a minha vida inteira
São dádivas da idade
Em mim perdura a infância
Atrás das grades
Que se enferrujam
A engenharia se cansa
A intuição não é dúvida
No espelho interno
Não existe culpa
É incapaz o analfabeto
De ler nenhum livro
Até este exato minuto
Quando a leitura invade o vazio
Quarto escuro
E a taciturna noite parte
Com as cadavéricas certezas
Brumas de outro século
Ah, consciência conselheira
Lesões e lições de nós cegos
A luz brilhante incide na teia
Na bolha, na telha, na borra do ego
A ilusão vai talhada e tarde
Sempre que vier
Sente-se à mesa,
Estale os ossos, tome um café
Ou um troço qualquer e conte a verdade,
Consciência conselheira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário