quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Ciente de que vim louco

 

Ciente de que vim louco

É a minha lente

Há pouco tempo

E não passa lento


Gente, sair do jogo

Pela tangente

É um livramento

E talvez seja rabugento 


Já fui diversos outros

Caí fora deste game

Eu me perco e me venço

Vivo feroz, vivo gemendo 


O mundo e o circo pegam fogo

Sou as chamas de alguém

Chamado, pensamento

Fleumático e me queimo


Já fui muito bobo

Palhaço, malabarista

Clássico, artista cênico

Diabólico e me benzo


Não posso ficar no conforto

No sofá, no bar, nas cinzas

Com sono ao passo que vou sendo

Em confronto com o bom senso


Já não sou nada nem novo

Contudo não sou velho ainda

Quanto mais vou, mais venho

Para a jornada interina 


Batem à porta, no meu porto, 

Maravilhas submarinas

Salvarão o desejo, saltarão do desenho

Embarcação a uma milha da minha


Já nasci livre e torto

Na peripécia da periferia 

Entre apocalipses, adventos,

Cicatrizes, inércias e feridas


Já estive nessa, já fui morto

Agora tenho gosto de vida

De perigo da lufada do vento

Que nem a fada adivinha.


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