quarta-feira, 20 de março de 2024

Não sou mais aquele que me foi

 

Câmeras de monitoramento

Câmaras de gás 

Camas de espreguiçamento 

Ah, manhã fugaz 

Quem está de olho? 


Oh, como sou vulnerável!

Não sou mais aquele que me foi

Adeus, meu medo é superável

E nasceu comigo em Niterói

Contorcendo o rosto 


Quem tem satélite 

Controla quem só intui

À flor da pele

O sangue cego flui

Com a saga que segue 


São grises os céus azuis 

As crises também servem

Os lapsos de luz

Pedalam de tão serelepes

Não me esqueço da minha Caloi


Quem tem sol

Ilumina o porão

De poeira, poluição e pó 

Quantos esperarão 

Pelo super-herói?


Estes dias dinâmicos

Só se parecem com pressa

A clareza, sim, a certeza em si

Não despreza a conferência 

Nem a confusão dos trânsitos


Sonhos se tornam realidade

A natureza não daria incentivo

Nem incêndio a tê-los vivos

Sem essa possibilidade

Cadê a paz daquela promessa?


Serenidade não é tédio 

Tampouco calma é inércia 

Relaxamento no empenho

Dispenso os excessos

Pensando fora do cabresto


Vai longo o tempo em que água é direito

Em vez de mercadoria

Fica na maravilhosa cidade 

O maior porto escravagista 

Da história da humanidade.



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