sábado, 23 de março de 2024

Um jogo de instantes

 

Não sei se eu já 

Não estou aqui 

Tampouco lá

Em qualquer lugar, por aí 


Antes de zarpar

Eu fico no ar e me finco no mar

Quiçá a alma

Desatraque antes


E não saiba 

O destino da jornada

Um jogo de instantes

O arbítrio é livre


Ignoro se já não estou lá nem cá 

Eu fui montando o meu filme

Para quem sou agora

E os meus enganos, inclusive


São frutos de escolhas

Não padeço dessa frustração 

De não ter sido outras pessoas

Minha vida ainda está na sucessão


De ocorrências de coisas

Que escoam das minhas mãos 

De uma maneira bem particular

Permaneço envolvido no poema


Nos dias feios, nas horas boas

Sem o dissabor de não virar

Interesses alheios, outras folhas

No solo duro da existência.



Um comentário:

Aviator disse...

Expresso de forma brilhante! Sua postagem é notável, oferecendo perspectivas perspicazes. Obrigado por compartilhar sua sabedoria. Encontre análises detalhadas de aspectos técnicos do Aviador em nosso blog.