Não tenho disciplina por virtude
E sim como reação em virtude
Da minha negligência
Contemplativa urgência
Concilio para não sucumbir
Às minhas cóleras reprimidas
Já me feri nas férias daqui
E noutras esferas e vidas
Um singular minuto
De reconciliação vale
Mais do que anos de amizade
Aquele momento único
Feliz ônus novo
A poesia é uma infração de segundos
Vi no meio do povo
Mas tampouco quis me ler
Pareço gentil, quase bobo
Para velar minha escassez,
Banco o prudente quando não boto fé
E penso na mais inclemente conjectura
Minha compulsão, minha loucura
Pela ortografia, tipo assim,
Não é uma condecoração
De uma mente harmônica
Mas todo um combo
De simulação concebido por mim
Para perfumar o pandemônio
Do meu ânimo, do meu coração
Só sou pontual
Para que não saia no jornal
Que o tempo alheio
Não me importa
O amor não é um estado de espírito
Mas um signo, um segredo
Um significado, uma joia
O amor é um estalo disso, dissolvido.
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